A deputada eleita pelo Livre, Joacine Moreira, disse, esta terça-feira, que o partido "não está disponível para coligações".
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O Livre foi o primeiro partido a ser recebido pelo presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que esta terça-feira iniciou uma ronda de audiências com todos os partidos eleitos para o Parlamento nas eleições de 6 de outubro.
À saída da reunião, Joacine Moreira disse que o partido não se oporá à indigitação de António Costa, secretário-geral do PS, partido vencedor das eleições, como primeiro-ministro, mas anunciou que não estava disponível para uma união formal com os socialistas.
"O livre não tem como objetivo integrar qualquer coligação partidária", disse Joacine Moreira, admitindo estar disponível para acordos pontuais com o PS.
"Nos próximos quatro anos, o Livre vai estar completamente empenhado na defesa do seu programa eleitoral, com incidência na justiça social e climática", acrescentou, sustentando que era importante a continuação da Geringonça.
"Consideramos fundamental que haja um entendimento mas, inicialmente, entre os partidos que constituíram esta união nestes últimos quatro anos", afirmou a deputada, assinalando que "é necessário que haja uma responsabilização e um entendimento entre os que efetivamente começaram isto".
Apesar disso, os dirigentes do Livre mostraram-se "completamente disponíveis para conversar, dialogar com todos partidos políticos", e a deputada eleita pelo círculo de Lisboa defendeu ser "útil e necessário que houvesse uma espécie de entendimento multilateral".
Joacine chegou ao Palácio de Belém, em Lisboa, uns minutos antes das 11.30 - hora marcada para a audiência com o Presidente da Republica -, acompanhada do fundador do partido Rui Tavares e de quatro outros dirigentes do Livre.
Outro assunto em cima da mesa foi a saída do Reino Unido da União Europeia, depois de Marcelo Rebelo de Sousa ter dito que existe "uma razão de urgência", que é a realização de "um Conselho Europeu muito importante para discutir o 'Brexit'", na próxima semana, nos dias 17 e 18 de outubro, quinta e sexta-feira.
Sobre este assunto, o fundador do Livre, Rui Tavares, manifestou preocupação pelos britânicos que residem em Portugal e os portugueses emigrados no Reino Unido.
"Alertámos contra qualquer tentação de, para marcar um ponto político, prejudicar as vidas dessas pessoas que durante décadas constituíram, no usufruto dos seus direitos europeus, vidas no Reino Unido", referiu, notando que o Livre traz "uma perspetiva nova ao parlamento português de uma esquerda ecológica que não havia nesta parte do parlamento, também europeísta".
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Marcelo Rebelo de Sousa recebe hoje os 10 partidos com representação parlamentar saídos das eleições legislativas de domingo, com vista à indigitação do primeiro-ministro. O Livre foi a primeira força política a ser recebida e o PS será a última, por ordem de votação.