O Livre defendeu, esta quarta-feira, serviços públicos mais baratos ou até gratuitos e maior investimento público que "permita às pessoas poupar", nem que isso signifique um défice mais elevado.
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No final da audiência desta quarta-feira com o presidente da República, no âmbito da discussão do Orçamento do Estado para 2023, o deputado único do Livre, Rui Tavares, defendeu serviços públicos mais baratos ou até gratuitos, além de investimento público, que "permita às pessoas poupar, nem que isso signifique um défice maior do que aquele que está fixado na proposta do Governo, entregue, na segunda-feira, no Parlamento.
"O Governo passou de um défice de 0,7 para 0,9 e, com alguma dose de demagogia, disse que ou é assim ou as contas não estão certas", apontou Rui Tavares, acusando o Governo socialista de fazer o oposto do que defendeu, há dez anos, aquando do Executivo da troika de Pedro Passos Coelho.
Para o deputado único do Livre, há margem orçamental para se fixar um défice que possa chegar ao 1% ou até ao 1,4%. Seriam, assim, mais três mil milhões de euros "que podiam ajudar que haja menos sofrimento na economia". "É o que está a ser feito em vários países europeus", apontou.
"Mensagem de empatia não passou da maneira que deveria ter passado"
No final da audiência, Rui Tavares recusou revelar se abordou com Marcelo Rebelo de Sousa as declarações de terça-feira sobre os casos de abusos sexuais na Igreja Católica Portuguesa, considerando que seria "deselegante". Mas reafirmou que a prioridade deve estar no respeito pelo sofrimento das vítimas e pela coragem manifestada por quem denunciou.
"O presidente da República devia de ter uma espécie de cuidado redobrado em passar a mensagem de que o sofrimento é respeitado. Temos que lhes dar toda a confiança de que os órgãos de soberania estão com eles. E é preciso reconhecer que essa mensagem de empatia não passou da maneira que deveria ter passado", afirmou Rui Tavares.
Quanto à revisão da lei das incompatibilidades dos titulares de cargos políticos e públicos, o deputado adiantou a disponibilidade do Livre para participar na "reflexão que deve ser feita" para que o regime seja "claro" e "facilmente entendido por todos".