Já são 108 os casos de hepatite A notificados em Portugal desde 1 de janeiro. Cerca de 97% do total são homens jovens e a maioria reside na área de Lisboa e Vale do Tejo (74). Metade teve necessidade de internamento hospitalar.
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A propósito do recente aumento de casos de hepatite A na Europa e em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) emitiu esta quarta-feira uma nota com orientações para os profissionais de saúde.
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Esta terça-feira à noite, o diretor-Geral da Saúde, Francisco George, deu conta da existência de 105 casos notificados desde o início do ano, considerando a dimensão do surto "preocupante". Horas mais tarde, o total de casos subiu para 108.
Inicialmente a DGS informou que a atividade epidémica recente na Europa estava a ser associada a comportamentos sexuais de risco e a práticas de "chemsex", ou seja, atividade sexual potenciada pelo consumo de drogas recreativas que melhoram o desempenho sexual e aumentam o prazer.
Mas na nota enviada esta quarta-feira abandonou a associação do surto àquele tipo de comportamentos. Ainda assim, os dados confirmam que no último ano, tanto na Europa como em Portugal, "a quase totalidade dos casos ocorreu entre homens que fazem sexo com homens, sendo o contacto sexual o principal modo de transmissão".
"No ano passado na Europa começou-se a assistir a esta atividade anormal da doença. Parece ter tido origem na Holanda e espalhou-se depois para outros países. O Reino Unido foi o primeiro a reportar um aumento do número de casos e, atualmente, são cerca de 13 países que reportam este aumento, incluindo Portugal. Para lhe dar uma noção da grandeza, no ano passado tínhamos nesta altura seis casos reportados e agora temos uma centena", explicou à agência Lusa a diretora do programa nacional para as hepatites virais da Direção-geral da Saúde (DGS).
Quase todos os casos estão sinalizados na Grande Lisboa e, segundo Isabel Aldir, a situação desta "atividade epidémica parece estar associada com muita frequência" a uma transmissão por via sexual através de determinadas práticas, sobretudo entre homens, que fazem com que haja um aumento do risco de transmissão da doença.