Entre os eleitores sociais-democratas, a oposição a um eventual acordo entre os dois partidos, a nível nacional, é menos vincada: mais de um terço admite entendimento nacional, revela o barómetro da Aximage para o JN e a TSF.
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A tendência é inequívoca, mas não é propriamente esmagadora: 57% dos portugueses acham que o PSD não deve considerar um acordo com o Chega a nível nacional (25% admitem essa possibilidade). No caso dos eleitores sociais-democratas, a rejeição desce para o patamar dos 50% (e até há 37% que o aceitariam). Mas quem mais tem a ganhar em termos eleitorais com esta possibilidade é o Chega (41%), revela o barómetro da Aximage para o JN e TSF.
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A história, recorde-se, começou com o acordo no Parlamento açoriano entre o PSD e o Chega, que permitiu aos primeiros chegar à liderança do Governo regional. Embaraçados com a companhia, os sociais-democratas começaram por desmentir que o acordo fosse formal, para depois argumentarem que se cingia à região açoriana e, finalmente, admitirem que não enjeitarão os votos do Chega na Assembleia da República, se eles forem essenciais para conseguir o poder.
Esquerda contra, Direita nem por isso
Uma hipótese que provoca rejeição em graus diferentes, consoante o posicionamento político: no caso dos eleitores dos três partidos à Esquerda e do PAN, a recusa de um acordo fica sempre acima dos oitenta pontos percentuais. À Direita, a oposição esbate-se: no PSD, mais de um terço até está de acordo (37%). E a adesão é total entre os eleitores do Chega. Entre os centristas e os liberais as opiniões estão divididas.
O principal beneficiário de um acordo nacional será o Chega (41%), mais do que o PSD (22%), tal como já foi o partido de Direita radical o que mais ficou a ganhar com o "arranjo" açoriano (45%).