Com 85% da população elegível com dose de reforço, "a vacinação já não carece da resposta que tem sido dada", começou por justificar o secretário de Estado Adjunto da Saúde. A partir de terça-feira, anunciou Lacerda Sales, vão fechar 53 centros de vacinação (passando o seu número de 192 para 139) e entra-se num "novo paradigma": a transição do processo para os centros de saúde.
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A diminuição do número de casos e o alívio das restrições também alteram a necessidade de testagem - a partir de terça-feira, os testes antigénio realizados gratuitamente nas farmácias passam de quatro para dois por mês por casa utente.
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"Temos atualmente 192 centros de vacinação e passaremos a 139 a partir de 1 de março. Temos ainda 98 centros e unidades de vacinação que passarão a 145 a partir de março. Este dispositivo terá uma evolução dinâmica ao longo de março e nos meses subsequentes de acordo com as necessidades de vacinação", explicou Lacerda Sales. O secretário de Estado revelou que, até ontem, mais de 5,9 milhões de pessoas já receberam a dose de reforço, faltando vacinar um universo de cerca de 950 mil pessoas elegíveis.
O centro da FIL, em Lisboa, o maior do país, é um dos que irá fechar e ser substituído por outros três mais pequenos, explicou o coordenador do plano de vacinação contra a covid-19. O centro de Coimbra, que funciona no pavilhão 1 do Estádio Universitário, também vai ser desativado e transferido para os centros de saúde a partir de segunda-feira.
Passa para o ministério
Nas zonas com maior densidade populacional os centros mantêm-se para já. Haverá casos em que a sua capacidade será reduzida, por exemplo, através da flexibilidade de horários, esclareceu o coronel Penha-Gonçalves. O coordenador do plano avançou que a capacidade instalada vai ser reduzida de 625 mil pessoas para cerca de 100 mil pessoas a vacinar por semana.
"O que estamos a fazer neste momento é um plano progressivo de adaptação da estrutura e de todo o dispositivo nacional a esta nova fase", adiantou Penha-Gonçalves, ao revelar ainda que, nas próximas semanas, será feita a integração de todo o processo no Ministério da Saúde.
Tendência decrescente
A atividade epidémica ainda é de intensidade muito elevada mas com tendência decrescente em todas as regiões e grupos etários, conclui "a Monitorização das Linhas Vermelhas" atualizada ontem pelo Infarmed e DGS. "Dada a redução da incidência que tem vindo a ser observada, deverá manter-se a tendência decrescente no impacto nos serviços de saúde e na mortalidade", lê-se no relatório.
O grupo etário com incidência cumulativa a 14 dias mais elevada é o das crianças e jovens entre os 10 e os 19 anos de idade (3517 casos por 100 mil habitantes).
De acordo com o boletim de ontem da DGS, foram registados mais 10 061 infeções e 32 mortes. Os internamentos voltaram a diminuir e a atingir o número mais baixo desde o início de janeiro - esta sexta-feira estavam nos hospitais 1501 doentes, menos 59 do que na véspera. Nas unidades de cuidados intensivos estavam 98 doentes, menos oito do que anteontem, correspondendo ao número mais baixo desde 23 de novembro.
Portugal já encomendou antiviral
Portugal já acionou os mecanismos europeu e nacional para comprar o antiviral da Pfizer contra a covid-19, revelou ontem Graça Freitas, sem avançar quando chegará o medicamento ou a quantidade encomendada por estar a "ser ajustada". No final de janeiro, a Agência Europeia do Medicamento autorizou o uso de Paxlovid contra a covid-19 para tratar doença grave.
Interpelada se o antiviral pode substituir a quarta dose da vacina, Graça Freitas explicou que se tratam de "indicações totalmente diferentes": a vacina é preventiva, o medicamento para impedir a progressão da doença. A diretora-geral frisou ainda que se a vacina continuar a ser administrada, será num regime seletivo e sazonal, semelhante ao da gripe.