Marcelo diz que medidas de Costa são positivas e podem dar jeito em ano eleitoral
O presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, saudou esta quinta-feira as medidas anunciadas pelo Governo, sobretudo de apoio aos jovens, considerando-as positivas, mas admite que podem dar jeito em alturas eleitorais.
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Marcelo Rebelo de Sousa considerou que todas as medidas anunciadas esta quarta-feira pelo Governo "são positivas", sublinhado a sua importância face aos problemas que assolam os jovens, nomeadamente a habitação, o início da vida profissional e o pagamento de propinas na frequência do ensino superior. Questionado pelos jornalistas sobre se estas medidas podem ter motivações eleitorais, visto que para o ano há eleições Europeias (agendadas para junho de 2024), o chefe de Estado admitiu que "dão jeito em termos eleitorais".
“Que dão jeito em termos eleitorais, dão. É evidente que, quando se aproximam eleições - e temos uma já daqui a 20 dias na Madeira e outra daqui a oito meses -, o português aguça o seu olhar” para as propostas, afirmou Marcelo durante a visita ao novo percurso ribeirinho de Loures.
"Uma coisa que eu acho boa em setembro são as rentrées políticas. O que tem de bom é que são uma esperança para o futuro", disse, falando em "anúncios" e "propostas" que os vários partidos têm vindo a sugerir durante a abertura do novo ano político.
Confrontado se esperava mais das medidas do Executivo, Marcelo acautelou que as propostas até agora anunciadas referem-se especialmente aos jovens, mas deu também o exemplo da continuidade do cabaz alimentar com IVA zero até ao final deste ano, referindo que, "por pequena que seja a diferença que introduz" para "quem tem muito pouco - e há muitos portugueses que têm muito pouco - faz a diferença". Observou, por isso, que "há mais mundo para além dos jovens".
Sobre se haverá orçamento para ir além das medidas reveladas por António Costa, o chefe de Estado escusou-se de comentar. "Têm de perguntar ao Governo, o Governo é que sabe. Eu posso desconfiar, sabendo o que o senhor primeiro-ministro me diz, mas o Governo é que tem de que dizer até onde é que quer utilizar".
Marcelo Rebelo de Sousa notou ainda que no que toca a expectativas costuma divergir com António Costa. “É mais otimista do que eu. Eu baixo sempre as expectativas, não espero muito. O primeiro-ministro coloca sempre a fasquia muito alta e eu pergunto-lhe se não é alta demais”.