O presidente da República decidiu não esperar pela publicação dos resultados oficiais das eleições e chamou já esta terça-feira a Belém os dez partidos (três deles estreantes) que irão ter assento no novo Parlamento, "tendo em vista a indigitação do primeiro-ministro", que deve acontecer ainda esta terça-feira.
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A urgência é justificada com o facto de ter lugar, a 17 e 18 de outubro, "um importante Conselho Europeu, nomeadamente por causa do Brexit", ao qual Marcelo pretende que António Costa vá já como primeiro-ministro indigitado e não como primeiro-ministro cessante.
Tendo em conta que não deverá haver objeções a que o Partido Socialista forme Governo - todos reconheceram a vitória -, o presidente da República deverá assim indigitar António Costa nas próximas horas e após a maratona de reuniões (reservou 30 minutos para os partidos estreantes e para Os Verdes) e uma hora para os restantes.
Ao que o JN apurou, ao contrário do que fez Cavaco, Marcelo não vai exigir acordos escritos que assegurem a António Costa a governabilidade a longo prazo, dando-lhe o benefício da dúvida. Mas o presidente defendeu que "conviria que o primeiro-ministro indigitado ouvisse os partidos numa composição diferente do Parlamento", sobre os temas europeus, antes da tomada de posição no Conselho Europeu, o que normalmente acontece em debates no Parlamento.
Em Belém, a indicação é para que haja celeridade na formação do Governo, apontando-se a posse para 24 ou 25 de outubro, se os resultados forem apurados antes da data limite. E Marcelo Rebelo de Sousa promete "fazer tudo para que haja estabilidade", declarando-se tão empenhado como na anterior legislatura.