A ministra de Estado e da Presidência, Mariana Vieira da Silva, acusou, esta quarta-feira, o PSD de se radicalizar para se aproximar ao Chega. Considerou "muitíssimo estranha" a aliança nos Açores. E disse ser "impossível" um acordo com o PSD com vista à inviabilização do Orçamento do Estado para 2021.
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No podcast do PS "Política com Palavra", a ministra de Estado e da Presidência admitiu ter ficado "muito surpreendida" com a aproximação de "um partido democrático" ao Chega. Este acordo de incidência parlamentar entre o PSD e o Chega, nos Açores, torna "impossível" uma negociação com o PSD com vista à viabilização do Orçamento do Estado para 2021.
"Na resposta à crise, as diferenças entre PS e PSD são muito visíveis", começou por dizer Mariana Vieira da Silva, para chegar ao cerne da questão: "a aproximação do PSD à extrema-direita", que tenta, até, mudar uma lei para impedir o congresso de um partido. Em causa, o projeto de lei do Chega para inviabilizar o conclave deste fim de semana do PCP, em Loures.
"Há poucos dias, ouvimos Rui Rio dizer que só se coligaria com o Chega se ele se moderasse. A sensação que dá, nas últimas semanas, é que o Chega não se moderou e o PSD aproximou-se do Chega para não parecer que ele não se moderou", atacou a ministra de Estado e da Presidência.
Por o PSD ser "um partido democrático", Mariana Vieira da Silva admitiu que se "surpreendeu" com a rapidez com que se aproximou ao Chega. "Uma aliança como aquelas, com um partido que questiona a nossa base de organização em sociedade, é muitíssimo estranha", atacou ainda a ministra, considerando que, por isso, "é evidente que é impossível" um acordo entre PSD e PS "centrado na resposta à crise".