O ministro da Saúde garantiu, esta manhã de sexta-feira no Parlamento, que o concurso para os médicos recém-especialistas em especialidades hospitalares e de Saúde Pública abre na próxima semana.
Corpo do artigo
Questionado pelos deputados sobre o concurso para colocar nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) os 710 especialistas que se formaram em abril e outubro do ano passado, Adalberto Campos Fernandes afirmou que o despacho "será publicado na próxima semana".
9139436
O ministro afastou a ideia de que muitos destes profissionais já terão abandonado o SNS.
"Têm um vínculo diferente, mas estão no SNS. Estamos a falar de vínculo e remuneração. Não vale a pena estarem a enganar os portugueses a dizer que estes médicos estão fora e não dentro do SNS", referiu o governante.
O ministro reconheceu, contudo, que estes profissionais "não estão eventualmente nos hospitais onde fazem mais falta, estão nos hospitais onde fizeram a sua formação".
Adalberto Campos Fernandes está na sessão plenária sobre Saúde que decorre na Assembleia da República, onde tem sido 'bombardeado' com perguntas dos deputados da oposição, mas também do BE e do PCP, sobre a carência de profissionais que atinge o setor.
Os novos protestos dos profissionais, como a greve dos enfermeiros anunciada ontem, assim como o atraso na publicação do concurso para a colocação dos médicos recém-especialistas nos hospitais têm dominado o debate. O ministro da Saúde tem respondido com as medidas tomadas pelo Governo, nomeadamente a contratação de mais 7.500 profissionais, o aumento da cobertura de utentes com médico de família (dos menos de 88% em 2015 para 93,6% em 2018), reabilitação de centros de saúde e criação de Unidades de Saúde Familiar.
Para Isabel Galriça Neto, Adalberto Campos Fernandes traça "um retrato cor de rosa da realidade". A deputada do CDS-PP questionou o ministro sobre o desbloqueamento dos 500 milhões de euros transferidos para os hospitais para pagar dívidas aos fornecedores.
"Seja ministro agora. O senhor está cativo do ministro das Finanças. Não se esconda atrás do ministro das Finanças", referiu Galriça Neto.
Adalberto Campos Fernandes negou a existência de divergências com as Finanças e fez questão de frisar que "nunca houve um Governo tão coeso como este".
"Quem está aqui hoje é o ministro da Saúde e, perante o Parlamento, assume as suas responsabilidades. Não aceitamos que estamos cativos uns dos outros. Estamos cativos do interesse público", declarou Adalberto Campos Fernandes.
"Já sabia que ia perguntar-me se me sinto meio ministro. Nunca me senti tão ministro como hoje", afirmou ainda, em resposta a Isabel Galriça Neto.