O secretário-geral adjunto do PS disse este domingo que o primeiro-ministro "está neste momento ausente de Lisboa" e que "falará quando entender que deve falar". Quanto ao o líder do PSD, acusou-o de fazer política "unicamente lendo os títulos das notícias" para "não ter de comentar os bons resultados da governação", referindo-se à leitura feita das críticas do presidente do PS, Carlos César, que procurou desvalorizar.
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"Eu penso que a declaração do líder do PSD acompanha o que tem sido o seu estilo na liderança daquele que é hoje o maior partido da oposição. Em circunstância alguma, desde que assumiu a liderança do PSD, o Dr. Luís Montenegro foi capaz ou esteve à altura de gerar uma alternativa, de apresentar ideias, porque o PSD transformou-se hoje num vazio de conteúdo", criticou, em declarações à agência Lusa, João Torres.
O líder do PSD, Luís Montenegro, considerou hoje que o Governo acabou e que foi o próprio presidente do PS, Carlos César, que o admitiu quando pediu um "algum refrescamento" no executivo socialista.
"É lamentável que o líder do PSD faça política com base em títulos de jornal", condenou, considerando que Luís Montenegro utilizou de "forma truncada" as declarações do presidente do PS, Carlos César.
Para João Torres, "seria recomendável que o líder do PSD lesse a entrevista na sua plenitude e não apenas ficasse pelos títulos que originou essa mesma entrevista".
Mais tarde, num frente a frente na RTP3 com Hugo Soares, secretário-geral adjunto do PSD, João Torres insistou que "o primeiro-ministro falará quando entender que é oportuno falar, está neste momento ausente de Lisboa".
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Quanto ao caso que envolve o ministro João Galamba, considerou que "o episódio e a ocorrência que teve lugar foi infeliz e deve naturalmente ser lamentada. Agora, o senhor primeiro-ministro deve usar da palavra quando entende que é oportuno fazê-lo e não deve fazê-lo a cada dia, hora, minuto ou segundo, a reboque da comissão parlamentar de inquérito à TAP", criticou, em declarações à Lusa.
Na opinião do dirigente socialista, "o primeiro-ministro tem de salvaguardar e de preservar um sentido de Estado, que manifestamente o líder da oposição não tem demonstrado desde que assumiu a liderança do PSD".
"E, como tal, há que respeitar as instituições e há que respeitar a Assembleia da República", defendeu.
Segundo João Torres, "a comissão parlamentar de inquérito à TAP é um instrumento importantíssimo de fiscalização do Governo e não seria de esperar que o chefe do Governo, que o primeiro-ministro, Dr. António Costa, comentasse todos os dias novos desenvolvimentos, novos documentos, novos factos que vão surgindo, associados a essa mesma comissão parlamentar de inquérito".
"É fundamental sublinhar-se é que, em circunstância alguma, o Governo deixou de disponibilizar à comissão parlamentar de inquérito, como é sua obrigação", enfatizou.
O presidente do PS, Carlos César, defendeu que o primeiro-ministro deve avaliar se há ou não necessidade de "algum refrescamento" no Governo, considerando ser preciso "maior rigor e disciplina" para evitar casos como os que têm envolvido a TAP.