Montenegro diz que proposta do PS é "radical e inflexível" e entrega contraproposta para a semana
O chefe de Governo disse que não vai ceder na descida do IRC por ser um compromisso do Governo e que vai esgotar todas as possibilidades de negociação do Orçamento de Estado para 2025. Entrega "contraproposta" durante a próxima semana.
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O primeiro-ministro sublinhou, esta sexta-feira, que o IRC é a "pedra angular da política económica" do PSD e que não vai trocar a proposta social-democrata para o Orçamento do Estado pela do Partido Socialista, que considerou "radical e inflexível".
"Não abdicamos da política económica. Se entendermos que precisamos de ter mais investimento e sermos mais competitivos, devemos desagravar o esforço fiscal, não temos como não concretizar", afirmou Luís Montenegro, garantindo que não vai ceder na descida do IRC. "Todos temos de ceder e colocar o interesse nacional à frente de qualquer outro interesse, incluindo à frente de algumas das nossas ideias, mas, em democracia quem governa é o Governo, e há uma contradição quando quem quer governar é a oposição", atirou.
Ainda assim, Luís Montenegro anunciou que irá entregar, durante a próxima semana, uma contraproposta, naquilo que considera uma "tentativa de aproximar posições". "No nosso lado, não há radicalismo nem inflexibilidade. Estamos mesmo empenhados em salvaguardar o interesse do país, das pessoas e das empresas", rematou.
A declaração de Montenegro, durante o encerramento da VII Cimeira do Turismo Português, no Palácio Nacional de Mafra, surge na sequência da reunião com o líder socialista. No final do encontro, Pedro Nuno Santos reiterou que "não viabilizará" o Orçamento do Estado caso este contenha as medidas do Governo para o IRS Jovem e o IRC, propondo que o Executivo use o dinheiro de que o Estado abdicaria para criar habitação pública, reforçar pensões e vincular médicos ao SNS.