Não há campanha pelas europeias que não seja apimentada com as questões nacionais. E esta não tem sido exceção, ainda ontem à conta da polémica em torno da progressão da carreira dos professores.
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Um tema que levou Paulo Rangel e Assunção Cristas a apelarem a um voto de censura contra o Governo e Catarina Martins a acusar António Costa de arrogância. Por sua vez, Jerónimo de Sousa atirou pedras ao centro-direita, considerando que o desfecho da polémica mostrou que PS, PSD e CDS "continuam irmanados".
"É altura de dizer basta e é agora, já nestas eleições, não vamos esperar por outubro. Vamos dizer basta de uma governação falhada na saúde, nos fundos comunitários, nos elevadíssimos impostos, naquilo que tem sido palavra permanente incumprida por parte do primeiro-ministro", apelou a presidente do CDS-PP, Assunção Cristas, anteontem à noite, em Famalicão.
Mais ou menos na mesma altura, o candidato do PSD pedia o mesmo. "[António Costa]conseguiu bater todos os recordes da claustrofobia democrática e da tentativa de condicionamento e de manipulação. No dia 26, vamos dar uma lição de ética política nas urnas ao PS, ao Governo de António Costa e às suas manobras ilusionistas", exortou Paulo Rangel, em Santarém.
PS, PSD e CDS "irmanados"
Na terra de Rangel, Catarina Martins não foi tão longe mas acusou o primeiro-ministro, com quem tem estado alinhada na "geringonça", de "arrogância".
"A arrogância não é boa conselheira, é bom que o PS se lembre. A responsabilidade da política é criar soluções e são as pessoas que dizem que soluções querem", atirou a líder bloquista, ontem de tarde, num comício, no Porto, a propósito de uma notícia em que se garantia que António Costa não irá mexer no dossiê dos professores, depois das legislativas de outubro.
As "bicadas" oriundas da geringonça continuaram com Jerónimo de Sousa, a acusar o PS de convergir com o centro-direita no que apelidou de "operação chantagem".
"Aquilo a que assistimos nos últimos dias à volta da demissão do Governo a pretexto da reposição do direito à progressão de carreiras dos professores e restantes trabalhadores com carreiras especiais é bem revelador [...] de como PS, PSD e CDS continuam irmanados na obediência à submissão às imposições da União Europeia, colocando-as à frente dos direitos dos trabalhadores e da resposta aos problemas nacionais", atirou o secretário-geral do PCP, ontem, num almoço em Benavente. v