Nos três rastreios oncológicos de base populacional realizados no nosso país - mama, colo do útero e cólon e reto - registou-se, em 2022, um aumento dos utentes convocados. Contudo, no caso do rastreio do cancro do cólon e reto, a adesão ficou-se pelos 36,5%, com menos 11 519 rastreios realizados. Numa altura em que a tutela está a estudar o alargamento aos cancros do estômago, pulmão e próstata, prevendo avançar com programas-piloto no corrente ano.
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De acordo com os dados facultados ao JN pelo Ministério da Saúde, no caso do cólon e reto, foram convidados 486 140 utentes (+29% face a 2021), dos quais 177 203 foram rastreados, numa quebra de 6,1%. Levando a taxa de adesão, que em 2021 se situou nos 50,1%, a cair para os 36,5%. Em sentido inverso, o rastreio do cancro do colo do útero viu o número de mulheres rastreadas aumentar 32,2%, para um total de 321 888, numa taxa de adesão de 94,1%.
No que ao cancro da mama concerne, foram convidadas 773 mil mulheres (+18%), das quais 50,5% realizaram mamografia (+10% face a 2021). Salientando a tutela que "a taxa de cobertura por ACeS nos três rastreios oncológicos é de 100% em todo o país".
Alargar rastreios
Alinhada a Estratégia Nacional de Luta Contra o Cancro 2021-2030 com o Plano Europeu de Luta Contra o Cancro, o ministro Manuel Pizarro anunciou, em dezembro passado, que os programas de rastreio oncológico iriam ser alargados ao cancro do pulmão, estômago e próstata. "Vamos trabalhar de imediato para implementar programas-piloto em Portugal já em 2023", dizia o ministro da Saúde. Questionada, a Direção-Geral de Saúde fez saber que o processo está em curso.
Para o presidente do IPO do Porto, os "rastreios não devem estar centrados exclusivamente nos hospitais, devendo ser o mais ágeis possível e não limitados à oferta e capacidade de resposta dos hospitais". Na mesma linha, Mário Dinis Ribeiro entende que "o que deve ser procurado é a autonomia do cidadão", utilizando "o sistema na sua totalidade, garantindo a qualidade".