É com um misto de "orgulho" e "expectativa" que o arquiteto José Carlos Oliveira, responsável pela ponte da Linha Rubi, encara a missão de encaixar entre as encostas do Porto e de Gaia o novo tabuleiro para o metro, do qual se espera muito, nomeadamente que seja capaz de desanuviar o tráfego rodoviário, a ocidente, nas duas cidades.
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A "relação de proximidade" com a "pré-existente" Ponte da Arrábida foi "um dos maiores desafios" do arquiteto. Também a "geografia acentuada", por se tratar de um "vale profundo", exigiu cuidado nos trabalhos.
Em todo o processo imperou a "racionalidade". Tudo foi pensado, "desde o ruído à exposição às poeiras". O resultado final, para já somente no papel, deixa José Carlos Oliveira motivado.
"Sinto um grande orgulho em todos os projetos, neste caso ainda mais por se tratar de uma obra pública", sublinha, ciente de que a ponte vai "servir o território".
A "responsabilidade é grande", mas diz-se pronto para os três desafiantes anos que se aproximam e que "exigirão muito esforço" do seu ateliê, o NOARQ
A par da relação com o "monumento nacional" que é a Ponte da Arrábida, reduzir, ao máximo, a pegada ecológica foi outra das preocupações relevantes do projeto, aliada, naturalmente, à questão da segurança. A estrutura da travessia será o "mais transparente possível", para não ofuscar a vizinha Arrábida e todo o enquadramento paisagístico.
Betão armado É a opção
A cor, um "branco acinzentado, que ainda será alvo de afinações", foi escolhida precisamente por se "diluir melhor na panorâmica". Também os materiais obedeceram a critérios. A ponte será construída em "betão armado, que é mais económico do que o aço", e tem "maior durabilidade", não exigindo tanta manutenção. Em toda a lógica da mobilidade para a zona prevalece a "descarbonização".
A ponte, de resto, será autossustentável em matéria de eficiência energética. "Os painéis fotovoltaicos vão alimentar todo o consumo de energia", realça. Um elevador, em Massarelos, servirá o público. Entre os "projetos complementares", no Porto nascerá uma praça. Gaia terá um terraço panorâmico e o gabinete NOARQ tratará de transformar o declive gaiense, por baixo do tabuleiro, num "parque natural", acessível por escadas e rampas, sem meios mecânicos.