Uma réplica da ponte da linha Rubi, numa escala reduzida, foi submetida ao túnel do vento, no Canadá, para avaliar a sua robustez e estabilidade, e viu confirmados estes predicados. O teste esteve a cargo da conceituada empresa RWDI, que sujeitou a futura vizinha da Ponte da Arrábida a ventos superiores a 200 km/hora.
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"Foi um ensaio dispendioso, mas necessário, para aferir a segurança da obra. Para que decorra sem sobressaltos", diz o diretor do gabinete de projetos da Metro, Vítor Silva, adiantando que este passo já estava incluído na "fase de conceção". Para Vítor Silva, o resultado obtido é um bom indicador do "tempo de vida útil" da ponte, que está calculado em "120 anos", mas deverá ir para além desse prazo.
A simulação no corredor canadiano não só sustentou a robustez, como possibilitou "otimizar" aspetos da estrutura que atravessará o Douro, ligando as margens , como observa o projetista da ponte, Filipe Vasques.
A probabilidade de surgirem ventos acima dos 200 km/hora é "praticamente nula" e hoje "existe muita informação meteorológica para prever situações excecionais", em todo o caso havia que estudar estes extremos para tirar a limpo todos os cenários, numa construção "singular e de grandes dimensões".
Segundo Filipe Vasques, o modelo que entrou no túnel, em termos de escala, é "175 vezes menor" do que será na realidade.
Acústica e vibração
Os trabalhos da empresa RWDI foram divididos por etapas. Primeiro, procedeu-se à caracterização dos ventos, tendo em conta os fatores climatéricos, assim como as direções e as velocidades média e máxima. De seguida, foram analisados modelos parciais e realizados estudos numéricos, que assumem particular importância. Por último, foi avaliado o comportamento da ponte na fase de construção e depois de ultimada, pronta a entrar em operação.
Foi levado em linha de conta "todo o envolvimento", designadamente "o leito do rio, as encostas e a Ponte da Arrábida". Também "o conforto e a segurança dos utilizadores" foi atendida.
A acústica e a vibração foram outros dos parâmetros englobados. De acordo com a Empresa Metro do Porto, mereceram ainda relevância a "circulação pedonal e de bicicleta, a par da própria passagem dos veículos".
Entre outras, à canadiana RWDI foram fornecidas informações sobre "geometria (incluindo modelo 3D), plataforma de via, catenária, iluminação, condições de fronteira, massas, rigidez, frequências e rotações".
Da conclusão extrai-se "não haver necessidade de nenhuma alteração substancial relativamente ao plano de construção estipulado".