O eurodeputado Carlos Coelho classificou como um "completo absurdo" a operação militar conjunta que a União Europeia está a preparar na Líbia, para travar as vagas de imigrantes que têm vindo a assolar a Itália.
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As declarações foram prestadas esta sexta-feira em Lisboa, durante a realização de um colóquio evocativo do 30º Aniversário do Acordo de Schengen, realizado na Agência Europeia de Segurança Marítima, numa parceria entre o Gabinete do Parlamento Europeu e o Instituto Europeu da Faculdade de Direito de Lisboa. Críticas vieram também de outros oradores, como foi o caso do embaixador Seixas da Costa.
Carlos Coelho, deputado pelo PSD no Parlamento Europeu, classificou como um "completo absurdo essa ideia de bombardear e afundar navios", não só pelo objetivo, destruir as redes de imigração ilegal, como pela forma. O deputado europeu chamou em particular a atenção para o risco de danos colaterais, dada a dificuldade em recolher informação sustentada sobre os alvos.
O social-democrata sublinhou ainda o risco de danos colaterais, em particular porque se trata de embarcações de pesca, havendo o risco de destruir erradamente meios de sobrevivência.
O embaixador Seixas da Costa lembrou os erros do Ocidente naquela zona do Magrebe, enquanto o procurador Lopes da Mota salientou a falta de um "interlocutor" na zona, face à desagregação do Estado líbio, o que dificulta a recolha de informação e a identificação de possíveis alvos.
A Comissão Europeia está a preparar-se para legitimar a operação, através das Nações Unidas.