A Ordem dos Médicos do Sul alertou, esta sexta-feira, que as escalas do serviço de urgência de obstetrícia do S. Francisco Xavier irão ter problemas em novembro devido à falta de profissionais e aponta riscos na garantia de assistência às grávidas da região de Lisboa. Apela à intervenção do diretor executivo do SNS.
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O Conselho Regional da Ordem dos Médicos do Sul sublinhou, esta sexta-feira, que o Hospital de S. Francisco Xavier, em Lisboa, deverá enfrentar problemas em novembro devido à falta de especialistas para preencher as escalas. Recorde-se que as grávidas da zona de Lisboa estão a ser reencaminhadas para aquele serviço, enquanto decorrem as obras no serviço do Hospital de Santa Maria.
A Ordem considera que o modelo para encontrar uma colaboração entre os serviços de obstetrícia dos dois hospitais irá acabar por se traduzir numa "situação inaceitável na escala de urgência obstetrícia durante o mês de novembro".
Para a Ordem, "não se trata de um problema de articulação", mas sim do facto de o Centro Hospitalar de Lisboa Norte (CHULN) não estar a cumprir o compromisso assumido de colocar equipas adequadas na urgência do São Francisco Xavier.
"Não é aceitável existirem dois ou três ginecologistas de urgência interna no CHULN e apenas um único especialista na equipa de urgência externa no Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental (CHLO) quando deveriam estar pelo menos quatro. E esta situação parece que se irá repetir em vários dias do mês de novembro e coloca em risco a assistência médica às grávidas e restantes doentes da região de Lisboa, numa altura em que as urgências limítrofes anunciam encerramentos parciais ou totais", pode ler-se num comunicado enviado às redações.
A Ordem dos Médicos do Sul revelou ainda que uma delegação esteve reunida esta sexta-feira com a administração do Hospital de S. Francisco Xavier e a direção do serviço de Obstetrícia daquela unidade sobre estas preocupações. Mas, uma vez que não compareceram representares da direção do CHULN nem do respetivo serviço de ginecologia e obstetrícia, que garante terem sido convidados, o conselho regional do Sul vai procurar realizar um segundo encontro.
"Esta situação é de facto inaceitável, segundo as normas estabelecidas pela Ordem dos Médicos, que têm em vista garantir a segurança dos doentes e a qualidade da medicina praticada", advertiu.
A Ordem deixa ainda a nota à Direção Executiva do Serviço Nacional de Saúde (DE-SNS) de que espera que seja "capaz de assumir as suas responsabilidades" e intervir para "precaver os problemas que estão em causa", salvaguardando as condições que são exigíveis para o trabalho dos especialistas, que se têm deslocado de um hospital para outro.