Ordem dos Médicos avisa que “saúde não pode esperar” pela resolução da crise política
O bastonário da Ordem dos Médicos alertou, esta quarta-feira, que a “saúde não pode esperar” pela resolução da crise política criada pela demissão de Costa, lembrando que “ainda” há Governo e pedindo que sejam encontradas “respostas urgentes” para melhorar a “situação catastrófica” do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
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“A saúde não pode esperar. Não pode esperar por eleições, pela nomeação de outro primeiro-ministro ou pela capacidade maior ou menor de execução e de intervenção do ministro da Saúde”, defendeu Carlos Cortes, no Hospital de Braga, em declarações aos jornalistas.
O bastonário lembrou que as negociações entre os sindicatos médicos e o ministério da Saúde foram suspensas no seguimento da demissão de António Costa, “o que vem introduzir um fator de ainda maior instabilidade e de comprometimento – que já existia – do bom funcionamento do SNS”.
Carlos Cortes acusou o Governo de ter demonstrado “total incompetência” na resolução dos problemas que afetam a saúde e sublinhou que a instabilidade política “não vai ajudar em nada” a que sejam estabelecidos acordos, “bem pelo contrário”.
“Estamos a ver, com o ministro da saúde, no meio de tudo isto, aquilo que é ainda possível estabelecer e resolver no SNS”, disse o bastonário, esperando agora pelas decisões do presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, sobre o futuro político do país. “Vamos aguardar pelas declarações do senhor presidente da República, amanhã [quinta-feira], para percebemos exatamente como vão decorrer as próximas semanas e os próximos meses em todo o país e, fundamentalmente, na área da saúde”, frisou.
Questionado pelos jornalistas sobre qual seria o melhor cenário, Carlos Cortes lembrou que “ainda há Governo” e que, por isso, “o melhor cenário é o Governo resolver urgentemente os problemas que estão em cima da mesa”. “Consoante o que for definido nos próximos dias, a Ordem dos Médicos irá tomar as suas posições, mas a saúde não para, os hospitais não deixam de funcionar, os Conselhos de Administração mantêm-se e os médicos continuam afincadamente a tratar os seus doentes”, reforçou o bastonário da Ordem dos Médicos.