Um menino de 12 anos queria entrar no seminário e ser padre. E o padre da aldeia prometeu-lhe ajuda. Terá sido neste contexto que o sacerdote abusou sexualmente da criança, segundo denúncia recebida pela Comissão Independente e que está a ser investigada pelo Ministério Público. Ao contrário de outros suspeitos que foram afastados de funções, este padre continua à frente de várias paróquias na Guarda.
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É uma das 424 denúncias recebidas pela Comissão Independente para o Estudo de Abusos Sexuais contra Crianças na Igreja Católica em Portugal e deu origem a um dos quatro inquéritos que o Ministério Público está a investigar mas, segundo o jornal digital "Observador", "o bispo da Guarda mantém à frente de várias paróquias um padre que está a ser investigado por abusos".
O padre "tem a seu cargo várias comunidades e serviços que lidam com crianças e jovens", acrescenta a mesma fonte. Uma decisão do bispo da Guarda, D. Manuel Felício, que contraria o que tem sido feito por outros responsáveis da Igreja, que suspenderam de funções padres alvo de denúncia de abusos, nomeadamente, em Lisboa, Vila Real e Évora.
Neste caso, a vítima tinha 12 anos, vivia numa aldeia da Guarda e queria ir para seminário. O sacerdote prometeu-lhe ajuda e "terá sido nessa aproximação que terão ocorrido os abusos". Além desta vítima, "o padre terá feito o mesmo a outros dois menores que também queriam ingressar na vida religiosa". Apesar da situação vivida, a vítima seguiu "um percurso eclesiástico e hoje é padre".
O padre, que está a ser investigado pelo Ministério Público, esteve naquela aldeia durante cinco anos e mudou há cerca de duas décadas para outra paróquia a cerca de 100 quilómetros de distância.