País tem até outubro para construir propostas aos apoios europeus, alerta Elisa Ferreira

Elisa Ferreira
Miguel Pereira/Global Imagens
Comissária Elisa Ferreira alertou que Portugal não pode perder oportunidade de gerir fundos no valor de mais do dobro do habitual.
A Comissão Europeia disponibilizou mais do que uma "bazuca" para reerguer as economias da região. Segundo a comissária Elisa Ferreira, está em jogo "um pacote tão brutal" como a crise que a pandemia de covid-19 desencadeou.
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"A Comissão pediu aos estados-membros que preparem e comuniquem os seus planos de reformas até ao fim do verão, de modo a que, entre outubro e abril de 2021, sejam discutidos e aprovados", explicou a comissária. "Provavelmente, haverá mais do que duplicação dos valores habitualmente geridos por Portugal, com duas a três vezes mais concentração do investimento no arranque", alertou, referindo-se à concentração dos apoios de 750 mil milhões de euros da "bazuca" europeia de resposta à crise com os fundos do quadro comunitário de apoio de 2021 a 2027, num total de 1,8 biliões de euros.
Enquanto não estiverem disponíveis esses fundos, há 45 mil milhões de euros de reprogramação de outros fundos (FEDER, Fundo Social Europeu e Fundo de Coesão) que estão a ser disponibilizados para apoiar aquisição de equipamentos na área da Saúde, apoios a empresas e outros apoios extraordinários "com exigências reduzidas ao mínimo".
A Comissão Europeia estabeleceu como regras para a utilização dos fundos a coesão territorial e social, vetores de competitividade assentes no clima, no ambiente e nas novas tecnologias, coerência com estratégias de longo prazo e prioridade às regiões mais afetadas.
"Temos uma confluência de apoios única, à altura de uma crise brutal", resumiu Elisa Ferreira, no encerramento da conferência JN "Os Caminhos da Recuperação Económica em Portugal: Hipóteses a Norte", esta sexta-feira, no Rivoli.
