O grupo parlamentar do PAN recomendou ao Governo a criação de uma Estratégia Nacional de Combate à Solidão, bem como a realização de estudos sobre o impacto da solidão.
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O projeto de resolução do PAN, que deu entrada esta sexta-feira no Parlamento, cita um estudo da Direção-Geral de Saúde, feito com cerca de 1200 pessoas acima dos 50 anos, e que revela que a solidão é mais persistente em mulheres (20.4%), com menos escolaridade e que se agrava com a idade.
Por esta razão, o PAN pretende que o tema da solidão seja colocado na agenda política e pede ao Governo que, enquanto a estratégia nacional não estiver concluída, sejam desenvolvidas campanhas de sensibilização sobre o tema.
Além da Estratégia Nacional de Combate à Solidão, o PAN pretende que o Governo "em conjunto com a Academia, garanta a realização de estudos sobre o impacto da solidão nas mais diversas áreas, como a saúde, a economia, e a segurança, nas diferentes faixas etárias e perfis sociodemográficos", refere o partido no projeto de resolução.
Fatores como o nível de escolaridade, idade e estado civil são condicionantes na solidão vivida pelos portugueses. Assim como, a situação económico-social e risco de pobreza. Apesar deste fenómeno ser mais recorrente em pessoas mais velhas pode "ocorrer em qualquer idade", lembra o partido. Sublinhando que, durante a pandemia, a saúde mental dos estudantes foi afetada, "particularmente as mulheres, que se sentiram mais ansiosas e depressivas com o confinamento".
O partido relembra ainda "fatores de risco de isolamento social e de solidão", como o impedimento de atividades de convívio, a institucionalização em centros de dia, de reabilitação e de acolhimento.
O PAN assinala ainda a necessidade de "conhecer o problema nas suas diversas vertentes, as suas raízes, os fatores determinantes e também os seus fatores protetores, criar, potenciar e intencionalizar respostas e redes na comunidade, consciencializar a sociedade e investir financeira e politicamente nesta matéria". Desta forma, colocar a solidão na "agenda política, nas prioridades de investimento públicas, minimizando custos sociais, de saúde, de economia e criando maior capacidade de resiliência das populações no futuro".