Deco dá dicas como poupar dinheiro e o planeta na época natalícia. Associações ambientalistas apelam a consumos conscientes e responsáveis.
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A época de festas tornou-se sinónimo de grande consumo e desperdício, mas há formas de contrariar essa tendência e de poupar na carteira e o planeta. O JN conversou com a Deco e com associações ambientalistas sobre como diminuir a pegada ecológica durante o Natal, desde logo tornar o menos em mais e reduzir o desperdício.
Tomar opções mais sustentáveis não significa gastar mais dinheiro, pelo contrário. A observação é da coordenadora do Departamento de Formação e Educação da Deco, Fernanda Santos, que acredita que, perante o “alarme que soa em todo o lado” para a crise ambiental, as pessoas comecem a comprometerem-se com o desígnio da sustentabilidade. Antes de comprar prendas, a responsável recomenda, por exemplo, que se ofereça algo que já tenha por casa e não dê uso ou partilhar experiências e momentos, como passeios ou uma ida ao cinema com familiares e amigos.
Ângela Morgado, presidente da ANP - Associação Natureza Portugal, corrobora. “Podemos reciclar presentes e dar o que recebemos noutro Natal a um amigo ou a um familiar ou podem ser confecionados e personalizados por nós, até com materiais reutilizáveis”. Na hora de embrulhá-los, a responsável sugere que se dê uso a papel de revistas e jornais para evitar o abate de árvores.
“Não só no Natal, mas, todos os dias, deve ser prioritário usarmos o poder que temos para mudar hábitos para uma vida mais sustentável. Não significa deixar de ter ou de consumir bens, mas fazê-lo de forma mais responsável e consciente dos limites do planeta”, resume Ângela Morgado.
Novo só se necessário
As compras devem ficar, por isso, pelo essencial e aquilo que é “verdadeiramente útil”, pelo que se “faça uma lista e defina um orçamento”, aconselha Fernanda Santos. De preferência, evitar que fiquem para última hora para, sem a pressão do tempo, “refletir sobre os consumos e, dentro das escolhas, pensar nas mais amigas do Ambiente”.
“Se vamos comprar uma peça de roupa, vale a pena pensar se essa pessoa precisa mesmo, porque é um dos bens que mais acumulamos e tem um grande impacto ambiental”, exemplifica.
À mesa, basta planear as refeições dos dias de festa para evitar desperdício. A dica é de Susana Fonseca, vice-presidente da Associação Zero, que sugere que faça uma “lista dos ingredientes que precisa antes de ir às compras”, articulada com o que os outros convidados trarão de forma a evitar “comprar mais do que aquilo que necessita”. E se sobrar comida, “a palavra de ordem é não desperdiçar” e aproveitá-la noutros pratos ou conservar as sobras.
Mas depois de virar a cozinha do avesso e da entrega dos presentes, é preciso dar o melhor destino aos resíduos. “Acontece bastante colocarem junto aos contentores indiferenciados lixo que poderia ser colocado nos ecopontos”, alerta Alexandra Azevedo, presidente da Quercus - Associação Nacional de Conservação da Natureza. “As pessoas devem repensar os seus consumos. As relações humanas são mais importantes do que tudo o resto”.