O líder do PSD, Pedro Passos Coelho, considerou que o debate televisivo com o secretário-geral do PS foi "esclarecedor" de que as visões dos dois partidos são diferentes, enquanto António Costa se dirigiu aos portugueses afirmando que há alternativa.
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"Ficou bem claro e esclarecido que temos realmente duas visões muito diferentes e que os portugueses hoje estão em condições de avaliar", afirmou Pedro Passos Coelho aos jornalistas no final do debate televisivo que decorreu no Museu da Eletricidade, em Lisboa.
António Costa aproveitou a mesma ocasião para se dirigir diretamente aos portugueses, afirmando que "ao contrário do que quiseram convencer durante os últimos quatro anos, de que não havia outro caminho, de que não havia outra alternativa, há outro caminho, há outra alternativa".
O secretário-geral socialista dirigiu-se aos idosos, afirmando que "não vão ter de acordar todos os dias no sobressalto de saber que novo imposto ou que novo corte vai surgir", falou também à "sua geração" sobre ser possível "virar a página do desemprego de longa duração", e aos jovens afirmou que "vão poder ter em Portugal um trabalho que seja digno, estável e com futuro".
Os líderes de PS e PSD confrontaram-se hoje no primeiro e único debate televisivo entre os dois partidos antes das eleições legislativas de 04 de outubro, que foi transmitido em simultâneo na RTP, na SIC e na TVI.
Afirmando ter começa há quatro anos "uma maratona" que resultou no crescimento da economia e na criação de emprego, Passos Coelho sublinhou que o objetivo é que "o país possa, no futuro, consolidar este resultado", criticando o maior partido da oposição por ter uma proposta que "traz a insegurança" de uma recuo a um "período de incerteza e de instabilidade".
"Eu espero que os portugueses tenham a oportunidade agora, durante toda esta campanha eleitoral, de perceber um bocadinho melhor quais são, em detalhe, as propostas que cada um apresenta", declarou.
Questionado sobre o facto de ter falado algumas vezes no ex-primeiro-ministro José Sócrates, Passos Coelho considerou que não falou "tantas vezes assim" e justificou que "muitas das propostas que são apresentadas pelo Partido Socialista estão muito próximas daquilo que foi a governação de José Sócrates nessa altura".
"Quem achar que a governação que foi prosseguida no passado tem méritos, deverá identificar-se com esta proposta que é agora protagonizada por pessoas que foram também dirigentes, governantes desse período", afirmou Passos, acrescentando que "o Partido Socialista de certa maneira apresenta hoje, quer nas caras, quer no programa, uma proposta semelhante".
O secretário-geral socialista não quis responder a perguntas dos jornalistas, tendo afirmado que gostaria "que o próximo dia 04 de outubro seja outra vez uma grande festa da democracia" como há quarenta anos.
"O que aconteceu nestes quatro anos foi que andámos treze anos para trás", considerou António Costa, defendendo ser "tempo de recuperar o tempo perdido" mas "com conta, peso e medida, com os pés assentes no chão, com muita firmeza mas também com a cautela devida para não se repetirem erros que foram cometidos no passado".
O candidato a primeiro-ministro disse ainda que o PS tem "um programa que não é um conjunto de promessas, mas é um conjunto de compromissos escritos" que os portugueses podem guardar e com o qual lhe podem "pedir contas no futuro".