Passos sugere que PSD e Chega devem aproximar-se e que não o fazer é um "insulto"
O antigo primeiro-ministro Pedro Passos Coelho diz que é preciso "respeitar" as escolhas dos portugueses e que muitas pessoas "começam a maçar-se" por isso não acontecer. Sem referir PSD e Chega, pediu que os sociais-democratas "ponham finalmente um fim" às causas desse "cansaço". Foi muito aplaudido.
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Na apresentação do livro "Identidade e Família", em Lisboa - e com o líder do Chega, André Ventura, na plateia -, Passos Coelho considerou que "é preciso que as pessoas preservem alguma capacidade para se entenderem coletivamente". Acrescentou que dizer-se que se respeita "as pessoas mas não as suas opções" é "um bocadinho um insulto", falando também em "teatralização".
"Devemos tratar as pessoas com inteligência e deixá-las decidir", insistiu o antigo governante, apelando a que os portugueses deixem de ser tratados "como meros pretextos". Vincou que, nas últimas eleições legislativas, o eleitorado deu "um sinal muito claro" de que está "cansado" de que isso aconteça.
Nesse sentido, Passos Coelho apelou a que, chegados ao poder, os novos governantes "ponham finalmente um fim" a essa prática, nomeadamente fazendo uso das "instituições". Recebeu muitas palmas da plateia que encheu a Livraria Buchholz.
Ao entrar na livraria, ainda antes da apresentação, o antigo primeiro-ministro foi questionado pelos jornalistas sobre se estaria a afastar-se do PSD. Respondeu que não há "dúvidas" de que esse é o seu partido, mas manifestou-se também "muito satisfeito" por André Ventura ter ido à sessão, garantindo que não sabia que isso iria ocorrer.