Luís Montenegro "tem dito que precisamos de adultos na sala. Eu digo mais: precisamos de gente séria na sala", afirmou esta quinta-feira Pedro Nuno Santos que, num debate com Rui Rocha, aproveitou para responder a afirmações do primeiro-ministro a propósito das tarifas aplicadas pelos EUA.
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Após o presidente da Iniciativa Liberal, Rui Rocha, ter começado do debate na RTP1 acusando o líder socialista de "não falar de outra coisa" a não ser "da vida de Luís Montenegro", Pedro Nuno Santos deixou uma provocação ao seu opositor no confronto televisivo. Disse perceber "o incómodo de Rui Rocha em falar do tema", após a IL ter votado favoravelmente a moção de confiança ao Governo e defendeu que não "pode ignorar" as razões que trouxeram o país para novas eleições.
“A dimensão da seriedade de Luís Montenegro é relevante”, prosseguiu, “porque tem tradução na forma como este Governo se comporta”. E sublinhou que este Executivo “começou com um truque no IRS e termina com outro truque no IRS”, notando que já há quem tenha de pagar em vez de receber reembolsos.
Foi então que defendeu, num recado ao líder da AD, que "precisamos de gente séria na sala". Em resposta às tarifas, Montenegro tinha lembrado a bancarrota, com críticas à governação socialista de José Sócrates, e avisou que "este é mesmo o momento de ter adultos na sala", alertando para a "impreparação e precipitação de alguns agentes nacionais".
A Rui Rocha, o líder socialista repetiu o mesmo recado de que é preciso “gente séria na sala”, acusando-o de “irresponsabilidade” nos impostos.
"O bolo de Pedro Nuno Santos é sempre o mesmo"
Mas o presidente da IL contrapôs um “desagravamento para famílias e empresas” e contra “salários de miséria”.A Pedro Nuno Santos criticou por querer descer impostos “por via do consumo”, com o regresso do IVA zero nos bens alimentares, o que “não vai gerar crescimento económico”.
“Pedro Nuno Santos descobriu que é bom baixar impostos, aprendeu com a IL, mas aprendeu a melodia, não a letra”, afirmou, acusando-o de ter “um bolo que é sempre o mesmo, que é pequeno e que quer distribuir da forma que entende”. Já a IL quer que sejam as famílias a decidir onde gastam e "vai fazer crescer o bolo”.
No mesmo debate, Pedro Nuno Santos defendeu que "não há um exemplo de propostas políticas que tenha defendido que possam ser apelidadas de radicais", "já a IL não pode dizer o mesmo", afirmou dando o exemplo das propostas de privatização. "Quando oiço Rui Rocha dizer que quer fazer avançar Portugal é fazer avançar Portugal contra uma parede", atirou.
Em defesa do IVA zero que quer recuperar, criticou ainda Rui Rocha por propor reduções fiscais impostos como "solução mágica". "Se perguntarmos a Rui Rocha como se pode resolver o problema da calvície em Portugal, tenho a certeza que dirá que é baixando um imposto".
A resposta do líder da IL chegou no mesmo tom: "Pedro Nuno Santos diz que o problema da calvície se resolve com mais Estado, mais despesa, menos dinheiro no bolso dos portugueses".
Rui Rocha usou ainda a TAP para atacar o ex-ministro das Infraestruturas e da Habitação. Disse que esta companhia "demorará 60 anos a devolver aos contribuintes portugueses". Do mesmo modo, culpou Pedro Nuno Santos pela crise na habitação, embora ambos tenham concordado que a situação foi agravada pelo Governo da AD.
O presidente dos liberais defendeu ainda que a aceleração económica que a IL preconiza permitirá recuperar "20 a 30% da perda de receita". Pedro Nuno Santos respondeu com outra provocação: "É com a motosserra do Milei [presidente argentino] que vai cortar no SNS e na escola pública".