Partido terá eleições internas perante uma das maiores derrotas eleitorais. “Estarei cá para dizer o que penso”, disse secretário-geral.
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Surpresa dos militantes
Os resultados da sondagem à boca das urnas, por volta das 20 horas, na sala principal da sede do PS, no hotel Altis, em Lisboa, foram um prenúncio do que aconteceria. Com poucas cadeiras ocupadas, ao início da noite, a possibilidade de o PS poder ser ultrapassado pelo Chega deixou um rasto de incredulidade e desânimo junto dos socialistas. “Ainda falta muito”, ouviu-se, numa voz meia esperançada, mas hesitante.
Na chegada à sede, vários membros do partido, entre os quais Alexandra Leitão (líder parlamentar do PS) e Carlos César, deixavam ainda notas de esperança de que o PS poderia ganhar as eleições e recusaram fazer cenários sobre o futuro do secretário-geral Pedro Nuno Santos. O líder socialista disse, na entrada, aos jornalistas, já ter “algumas coisas pensadas” para dizer à comunicação social. “Não estou nervoso, estou expectante”, referiu.
Quase uma hora depois dos primeiros resultados, havia quase tantos convidados na sala da sede como jornalistas e membros da equipa técnica do espaço. Durante grande parte da noite, as cadeiras foram ocupadas por militantes e simpatizantes desconhecidos, sem que as figuras de proa do partido estivessem presentes.
Uma fila de cadeiras com papéis escritos – “reservado” – mantinha-se vazia quase duas horas depois dos primeiros resultados. Ouviu-se um “vou-me embora” entre os convidados às 22 horas, uma prova de que os resultados não motivaram alguns a esperar por Pedro Nuno Santos.