Há pelo menos 17 processos de inquérito atualmente a decorrer nas universidades públicas por denúncias de assédio moral e/ ou sexual, noticia esta sexta-feira o Expresso. A denúncia mais grave é contra uma professora da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto.
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Do total de processos em instrução, três correm nas Universidades do Algarve, Coimbra e Madeira, seis na Universidade do Porto e oito na Universidade de Lisboa, refere o semanário.
O caso mais grave foi apresentado há um ano por 20 investigadores e estudantes de doutoramento do Laboratório de Farmacognosia da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto contra uma professora catedrática por "assédio moral, sexual e discriminação".
Segundo o jornal, as sucessivas denúncias à faculdade não tiveram resultados, pelo que os queixosos formalizaram uma queixa, em março do ano passado, à Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT).
A linguagem usada pela professora, os insultos, o assédio a doutorandas pela forma como se vestiam, os comentários de natureza sexual, a perseguição e as ameaças de represálias académicas e físicas constam da queixa apresentada à ACT, citada pelo semanário.
Ao Expresso, a docente em causa terá recusado comentar o processo pelo facto de o mesmo ainda se encontrar em curso e ser confidencial.
O caso foi remetido pela ACT à Inspeção-Geral de Educação e Ciência (IGEC), em janeiro último, mas este organismo não atuou por considerar que a faculdade tem competência e autonomia para conduzir o processo de inquérito em curso.