Políticos sob suspeita: Passos não fala de Macedo, Costa pouco diz de Sócrates
O presidente do PSD, Passos Coelho, disse que não comenta o caso judicial do ex-ministro Miguel Macedo, nem nenhum outro, enquanto o secretário-geral do PS, António Costa, respondeu telegraficamente ao apoio que José Sócrates lhe declarou.
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Os dois respondiam a um conjunto de perguntas de resposta rápida, no final do frente a frente realizado no Museu da Eletricidade e transmitido em simultâneo por RTP, SIC e TVI, no qual não foram claros sobre cenários de maioria relativa resultantes das legislativas de 4 de outubro.
Questionado sobre a situação judicial do ex-ministro da Administração Interna, no âmbito do processo dos vistos "gold", Pedro Passos Coelho respondeu: "Não foi feita uma acusação. O doutor Miguel Macedo foi constituído arguido. Eu não vou comentar o caso, não comento outros casos". O primeiro-ministro acrescentou: "Discutirei a questão politicamente quando o processo terminar e a relevância política, se tiver".
Em seguida, António Costa foi interrogado se vai agradecer pessoalmente o apoio que lhe foi declarado pelo anterior primeiro-ministro e ex-líder do PS José Sócrates, que se encontra detido em casa, e deu uma resposta curta, antes de mudar de assunto: "Não sei, não tenho previsto isso".
Nesta série de perguntas de resposta rápida, Passos Coelho recusou esclarecer se, em caso de derrota, pensa demitir-se da liderança do PSD, o mesmo tendo António Costa feito em relação à liderança do PS.
O candidato a primeiro-ministro pela coligação entre PSD e CDS-PP Portugal à Frente escusou-se igualmente a dizer se conta com o PS, num cenário de vitória sem maioria absoluta, mas referiu que os políticos têm a responsabilidade de "não colocar os interesses dos seus partidos à frente da estabilidade do país".
"Só depois das eleições é que será possível avaliar o que é a vontade dos portugueses", acrescentou.
Por sua vez, sem responder de forma direta, António Costa defendeu que "os políticos têm de corresponder ao mandato eleitoral que recebem" e deu a entender que não faz sentido o PS governar com o PSD de Passos Coelho: "Qual é o mandato eleitoral que os portugueses me querem dar? É que substitua este Governo para substituir as suas políticas. E, portanto, não faz sentido eu mudar de política com quem quer prosseguir a mesma política".
Sobre as eleições presidenciais, os dois remeteram a questão para depois das legislativas. António Costa desdramatizou a existência de vários candidatos na área socialista e rejeitou que haja uma possibilidade de fratura no PS: "Não, nunca, de forma alguma, pelo contrário". Passos Coelho reiterou que será seguida a moção que o PSD aprovou no último Congresso em relação ao perfil do candidato presidencial a apoiar.