A Área Metropolitana do Porto (AMP) terá uma oferta reforçada nas horas de ponta, com o início do ano letivo nas escolas (na próxima semana) e nas universidades (no dia 21), que poderá chegar aos 130%.
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Mas, fora dos períodos críticos onde se estima uma maior concentração de passageiros, os níveis de serviço baixarão até aos 60%. Na Grande Lisboa, a Carris e o Metro prometem ter mais veículos em circulação.
O dinheiro não estica e, mesmo com os 90 milhões suplementares atribuídos pelo Governo (67,3 milhões à Grande Lisboa e 22,7 milhões ao Grande Porto) para gastar na contratação de transporte regular, não há meios financeiros para ter uma rede vitaminada a todas as horas do dia.
"Não há dinheiro na AMP para exigir que os operadores funcionem no modelo em vigor antes da pandemia. Em vez de exigir um reforço a toda as horas do dia, exigimos uma oferta distribuída diferentemente ao longo do dia. Nos horários em que se prevê maior procura, haverá um reforço que pode chegar aos 130% e, a meio da tarde, ter frequências de 60%", explica Eduardo Vítor Rodrigues ao JN.
Empresas usam expressos
O líder da AMP atenta que esse fortalecimento sentir-se-á sobretudo a partir do dia 21, altura em que os universitários entrarão no sistema. Em Gaia, há operadores privados que usarão autocarros destinados a viagens de longo curso, vulgo expressos, para desdobrar a oferta. Isso, numa altura em que a associação de transportadores ANTROP já propôs ao Governo a contratação de autocarros turísticos para aumentar a capacidade de transporte de passageiros.
A STCP, que depois de amanhã garantirá uma oferta de 100%, deverá anunciar em breve uma "melhoria temporária" nas "linhas onde há maior risco de subida de lotação", o que implicará "obrigatoriamente a disponibilização de mais veículos". Já o Metro só usará veículos duplos entre as 6 e as 20 horas e terá mais frequências nas horas de ponta nas linhas Amarela (Gaia), Azul (Matosinhos) e Laranja (Gondomar), a partir de segunda-feira.
Na Grande Lisboa, a Carris garante um incremento de 10% em comparação com a oferta do ano passado, enquanto o Metro se compromete a ter mais comboios nas horas de ponta. De um modo geral, a rede rodoviária da região terá uma resposta da ordem dos 100% a partir da próxima semana, o que, na prática, traduz-se numa "capacidade mais diminuída" em comparação com 2019 por causa da limitação de dois terços na lotação dos veículos, reconhece Carlos Humberto.
"Os horários escolares não vão ser uniformes e também ainda não se conhece o efeito na procura das medidas de teletrabalho e de horários desfasados, decididas pelo Governo. Poderá contribuir para um alívio na procura nas horas de ponta", augura o primeiro secretário da Área Metropolitana de Lisboa, admitindo ir mais além dos 100% no reforço de "algumas carreiras e de horários pontuais", dentro da capacidade financeira disponível. Só os municípios da Grande Lisboa já desembolsaram 32 milhões para financiar a rede de transportes este ano.