Bruxelas poderá obrigar os Estados-membros da União Europeia (UE), onde se inclui Portugal, a fazer inspeções periódicas obrigatórias a motociclos acima dos 125 cm3.
Corpo do artigo
Num pacote de revisão sobre a inspeção de veículos na UE, apresentado em abril deste ano, a Comissão Europeia admite que a “testagem regular” a motas tem “impactos positivos na segurança rodoviária”.
Em dezembro do ano passado, o Parlamento português travou a inspeção às motas, o que gerou críticas junto de especialistas em segurança rodoviária. Desde janeiro de 2022 que a examinação de motociclos acima de 125 cm3 é obrigatória na UE. No entanto, Bruxelas permitiu que os Estados-membros abdicassem da inspeção a estes veículos, caso implementassem “medidas alternativas eficazes de segurança rodoviária”.
Alargar a cilindradas inferiores
No final de 2024, Portugal juntou-se à Finlândia, à Irlanda e aos Países Baixos e não avançou com as inspeções às motas. Agora, numa revisão às medidas de segurança rodoviária na Europa, a Comissão Europeia quer tornar obrigatória a examinação a motociclos acima dos 125 cm3, o que obrigará o Governo português a retroceder e a cumprir com as regras determinadas pelo executivo comunitário.
O presidente da Prevenção Rodoviária Portuguesa considera que a iniciativa de Bruxelas é “uma boa medida” e admite que era “uma questão de tempo” até a inspeção de motas se tornar obrigatória na Europa.
“Se isto for para a frente é positivo para a segurança rodoviária. Esperemos que a inspeção obrigatória alargue a veículos com motorizações inferiores. Precisamos de mexer em todas as variáveis do sistema porque Portugal está ficar na cauda dos países com pior performance de sinistralidade”, afirma Alain Areal.