A produção hidroelétrica em Portugal voltou a bater recordes em dezembro, com a potência em operação a chegar aos 6723 megawatts (MW). No último mês a produção renovável abasteceu 87% da energia elétrica consumida e Portugal exportou mais eletricidade para Espanha do que aquela que importou.
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Em novembro a produção de energia hidroelétrica bateu um novo recorde, com um índice de produtibilidade de 2,02 (média histórica de 1). De acordo com os registos da REN, este era o terceiro valor mais alto no mês de novembro, desde 1971. No dia 5 de novembro, a potência entregue à rede foi de 6719 MW. No entanto, segundo noticiou esta segunda-feira o jornal Expresso, no dia 6 de dezembro registou-se um novo máximo histórico, com a potência em operação a chegar aos 6723 megawatts (MW).
De acordo com os dados da plataforma Datahub, da REN, consultados pelo jornal Expresso, o novo "pico de produção hidroelétrica ocorreu num dia de fraca disponibilidade de vento, com a capacidade eólica em produção a não chegar a um quinto da capacidade instalada durante a maior parte do dia, ficando pelos 970 MW às 18h30 (embora terminando o dia num patamar superior, acima dos 2300 MW)". Tendo, no final do dia, o sistema elétrico recorrido à produção hidroelétrica (6723 MW hídricos) e também às centrais a gás (com mais de 2000 MW em uso, perto de metade da capacidade instalada nesta fonte). Nesse dia, quase 82% dos 8216 MW de capacidade hidroelétrica instalada em Portugal esteve em utilização.
Portugal exporta eletricidade
No mês de novembro a produção renovável abasteceu 87% da energia elétrica consumida em Portugal e a produção não renovável abasteceu 13%. Quanto ao saldo de trocas com o estrangeiro, Portugal colocou mais eletricidade em Espanha do que a que importou da rede elétrica vizinha. O mesmo aconteceu a 6 de dezembro, tendo o pico hídrico desse dia levado Portugal a exportar eletricidade para Espanha.
Em novembro, o consumo de energia elétrica voltou a registar uma evolução positiva, com uma subida homóloga de 3,5%, ou de 3,3% com correção dos efeitos de temperatura e dias úteis. No período de janeiro a novembro o consumo registou uma evolução homóloga marginalmente positiva, 0,2%, ou 0,1% com correção da temperatura e dias úteis.
Produção a partir de bombagem
Ainda segundo o Expresso, no dia 15 de novembro Portugal alcançou um novo máximo na produção hídrica a partir de bombagem, com um valor acumulado anual de 2,5 terawatts hora (TWh), valores que superam os 2,3 TWh registados em todo o ano de 2022. "Segundo a REN, as barragens com bombagem com maior produção este ano são as de Gouvães (35%) e Alqueva e Venda Nova (20% cada). Gouvães é um dos mais recentes empreendimentos hidroelétricos do país, fazendo parte do complexo do Tâmega, no qual a Iberdrola está a investir 1,5 mil milhões de euros", cita o jornal.
A EDPm diz o jornal, está a ponderar reforçar a sua capacidade de bombagem em Portugal, tendo iniciado um licenciamento de um projeto para instalar 300 MW de bombagem na barragem do Alto Lindoso. O projeto "é já considerado pelo Governo na sua proposta de revisão do Plano Nacional de Energia e Clima, que prevê que Portugal alcance em 2030 uma potência de bombagem de 3,9 GW, mais 0,3 GW do que a capacidade atual".