Mais de 15 mil equipamentos de informática vão ser substituídos nos cuidados de saúde primários.
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Há 117 projetos em curso em Portugal que vão beneficiar dos 300 milhões de euros do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) destinados à transição digital na área da Saúde, garantiu esta segunda-feira o presidente dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS). Luís Goes Pinheiro admitiu que o número é dinâmico e pode mudar nos próximos tempos. Entre as mudanças está, por exemplo, a renovação dos equipamentos informáticos dos cuidados de saúde primários, como computadores.
Na sessão promovida pela Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares sobre a "transformação digital da Saúde acelerada pelo PRR", realizada esta segunda-feira no Centro Hospitalar Universitário do Porto, o responsável dos SPMS disse que será lançado um concurso público "até ao final do mês", que permitirá substituir entre "15 a 20 mil equipamentos" nos cuidados de saúde primários, a porta de entrada no Serviço Nacional de Saúde (SNS).
As infraestruturas são um dos pilares apontados pelos SPMS para acelerar a transição digital na Saúde, nomeadamente o robustecimento da capacidade de armazenamento dos dados. Algo que, diz Goes Pinheiro, só é possível com a "modernização dos postos de trabalho" e a substituição dos "equipamentos obsoletos".
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Pensar mais além
Outro dos projetos em cima da mesa é a criação de uma aplicação para os profissionais de saúde de todos os setores (público, privado e social), onde poderão marcar as férias ou aceder ao Registo Nacional de Utentes. O presidente dos SPMS assumiu que a transição digital, mesmo que impulsionada pelo PRR, poderá sofrer alterações, tendo em conta a inflação e os problemas nas cadeias de abastecimento.
Falar em transformação significa dar um novo impulso à telemedicina. "Temos de preparar-nos para 2045", defendeu o bastonário da Ordem dos Médicos. Miguel Guimarães insistiu que as consultas por telefone não são teleconsultas e devem servir sobretudo para acompanhar doentes crónicos. "Temos de dar o passo seguinte aos telefonemas", como pensar em que é que a inteligência artificial pode ou não ajudar na Saúde.
Luís Goes Pinheiro afirmou que há oito projetos nos SPMS sobre inteligência artificial e acrescentou que existem verbas no PRR para formar os profissionais de saúde sobre as tecnologias a implementar.