O PSD denunciou, esta segunda-feira, o que considera ser um regresso "encapotado" da "austeridade". Em causa, o facto de o Governo alegadamente assumir que não haverá aumentos salariais ao nível da inflação.
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"Há um regresso encapotado de uma certa austeridade pela previsível perda de rendimentos pelos salários da Função Pública", apontou o líder parlamentar do PSD, Paulo Mota Pinto, esta segunda-feira.
As declarações de Paulo Mota Pinto foram feitas no final de uma reunião com os ministros dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes, e das Finanças, Fernando Medina, no Parlamento, sobre o Orçamento do Estado para 2022. Um documento que, segundo o PSD, traz uma "revisão em baixa do cenário macroeconómico" devido à guerra na Ucrânia.
"Embora com manutenção do défice", vincou Mota Pinto, ressalvando, de imediato, que o Governo garantiu que será "um fenómeno temporário ou conjuntural". Ainda assim, o líder parlamentar do PSD prosseguiu, denunciando que os dois ministros não assumiram que "não haverá perda de rendimentos".
Em causa, o facto de o Governo não pretender aumentar os salários da Função Pública para acompanhar a subida da inflação, segundo os sociais-democratas. O que, para o PSD, é o regresso da austeridade. "Embora de uma forma não assumida pelo Governo", criticou.
"O Governo assume que está a cobrar mais impostos porque a receita tem corrido melhor mas assume que não pode garantir a recuperação do poder de compra face à inflação. O resultado disso é a perda do poder de compra", vincou Paulo Mota Pinto, em conferência de Imprensa, esta segunda-feira, no Parlamento.