O PSD desafiou esta quarta-feira o Governo a apresentar uma moção de confiança, para garantir que o apoio que tem nas bancadas à Esquerda do parlamento "não é apenas para destruir".
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Luís Montenegro, líder parlamentar do PSD, fez o desafio direto a António Costa, logo na sua primeira intervenção. "Se o seu governo é minoritário, representa sozinho menos deputados do que aqueles que representam a bancada onde estou sentado, não é do interesse do país ter garantida essa confiança do Parlamento?", perguntou, desafiando Costa a responder à anunciada moção de rejeição que será apresentada por PSD e CDS com uma moção de confiança.
"Creio que se pode pedir que não se juntem só para destruir. Tenham a capacidade e não tenham vergonha de construir conjuntamente", disse Montenegro, num desafio a PS, BE, PCP e Verdes. Para o líder da bancada do PSD, o resultado deste Governo terá um custo elevado para os portugueses.
"Ela virá, a fatura de uma dívida que vai crescer, de um défice que não se percebe como é que não vai aumentar, a fatura do vosso acordo cúmplice, consciente e voluntário, a fatura desta aventura e de um experimentalismo que é de facto perigoso", disse o líder parlamentar do PSD, o primeiro a questionar o primeiro-ministro.
Costa, sem perder tempo, respondeu, com o que já garantira na sua intervenção inicial. "Só precisa de pedir confiança quem não tem confiança", declarou o primeiro-ministro, aplaudido por toda a Esquerda. "Lamento desiludi-lo: este é um governo que se apresenta nesta Assembleia da República confiante, desde logo no suporte parlamentar maioritário que tem", disse, reafirmando que conseguiu à Esquerda o que a coligação PSD/CDS não conseguiu após as eleições: uma solução maioritária no Parlamento.
O Programa do XXI Governo Constitucional começou a ser discutido no Parlamento esta quarta-feira, num debate que se estende até quinta-feira por mais de nove horas, e que terminará com o chumbo da moção de rejeição da direita.