Eleições ao rubro em federações como as do Porto, Braga e Coimbra. Autarca de Valongo acusa líder de agir como o "dono disto tudo". Pizarro desmente.
Corpo do artigo
São oito em 19 as federações socialistas com renovação forçada, devido à limitação de mandatos. Em outras tantas, como no Porto, há duelos aguerridos, com o autarca de Valongo, José Manuel Ribeiro, a tentar derrubar Manuel Pizarro, que acusa de se impor como "dono disto tudo" e pretende afastar da corrida contra Rui Moreira. O eurodeputado não antecipa se entra, pela terceira vez, nas autárquicas. Só promete que o PS/Porto terá "um grande candidato".
As eleições para as federações socialistas arrancam esta sexta-feira mas os maiores combates, como nas estruturas do Porto, Braga e Coimbra, realizam-se sábado "É fundamental ter uma liderança com os dois pés no distrito", ataca José Manuel Ribeiro. Para Manuel Pizarro, "é muito útil para a Federação" ser liderada por alguém que está em Bruxelas. "Não tenho ideia de uma liderança unipessoal", acrescenta.
"Há no Porto uma forma de gerir o PS que nos deixa a todos preocupados. Há um certo estilo "dono disto tudo" instalado na Federação", prossegue o autarca de Valongo, considerando que, se Pizarro for, de novo, candidato à Câmara será "gozar com os eleitores", porque já perdeu duas vezes.
Pizarro não revela se vai concorrer. Não fala em vitória e promete apenas "um grande candidato, com condições para disputar as eleições".
11867001
Líder atacado em Braga
Tal como no Porto, em Braga a disputa é aguerrida, tendo já fomentado um pedido de impugnação das eleições por parte do vereador de Guimarães, Ricardo Costa, que tenta derrubar o atual líder da Federação, o deputado Joaquim Barreto. Em causa, em março, estava "a proporcionalidade" dos delegados de cada concelho.
Joaquim Barreto, que preside à Federação desde 2014, afirma que avança com um "espírito de missão". O ex-autarca de Cabeceiras de Basto, que já teve perdas na lista de apoio, garante que vai pôr em primeiro o distrito e o partido. Mas o rival Ricardo Costa, que tem ao seu lado concelhias de peso como Guimarães, Fafe, Barcelos e Famalicão, acusa-o de fomentar um "clima de crispação" e de criar "muitas divisões no distrito".
Sucessão em Coimbra
Em Coimbra, a saída de Pedro Coimbra, devido à limitação de mandatos, deu lugar a um frente a frente entre a continuidade e a renovação. O autarca de Condeixa-a-Nova, Nuno Moita, diz ser o único capaz de dar continuidade ao trabalho desenvolvido, "pela experiência autárquica e pelo conhecimento dos assuntos da região". O vice-presidente da Federação promete, ainda assim, fomentar uma maior participação dos militantes.
11593755
"Candidato-me para construir uma Federação mais próxima dos militantes, mais respeitadora das estruturas e que rompa, de uma vez por todas, com as práticas centralizadoras de exercício de poder a que temos assistido", contrapõe o ex-deputado e vereador da Figueira da Foz, João Portugal.
Militantes vão votar sem beijos ou apertos de mão
Beijos, abraços e aperto de mão não são permitidos durante as eleições federativas do PS, que se realizam entre esta sexta-feira e sábado. Segundo as regras sanitárias recomendadas pela Comissão Permanente do partido, por causa da pandemia, "são de evitar contactos próximos de saudação (como beijos, abraços e mesmo apertos de mão), por forma a que elementos da mesa estejam sempre a cerca de um metro dos votantes". Acresce que os militantes devem "proceder à lavagem das mãos, antes do exercício do direito de voto". Os votantes devem ainda "permanecer em diferentes espaços" e não são permitidas aglomerações com mais de 10 pessoas.