O líder do PSD, Rui Rio, criticou esta quinta-feira a utilização de "medidas do Governo para beneficiar o PS" eleitoralmente, frisando que "cada um joga com as armas que tem, em função dos seus parâmetros éticos".
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"O Governo e o PS acreditam que, aliviando as medidas [covid-19] quase na totalidade, ainda que não entrem já em vigor, isso lhes traz vantagem. Não me parece bem usar medidas do Governo para beneficiar o PS em sede eleitoral. Mas cada um joga com as armas que tem em função dos seus parâmetros éticos", disse Rui Rio, referindo-se às deliberações do Conselho de Ministros relativamente ao alívio das medidas de contenção da covid-19 face à evolução da situação pandémica.
Rio começou hoje uma visita de dois dias à ilha de São Miguel, nos Açores, no concelho do Nordeste, onde, nas eleições autárquicas de 2017, a Câmara passou das mãos do PS para as do PSD, elevando para cinco as autarquias açorianas lideradas pelos social-democratas, que agora presidem também ao Governo Regional.
O primeiro-ministro anunciou hoje que a evolução positiva do país no controlo da covid-19 vai permitir que passe do atual estado de contingência para a situação de alerta a partir de 01 de outubro.
Rio diz que nenhuma das medidas anunciadas surpreendeu, mas, tendo em conta a entrada em vigor das medidas em outubro, alertou para a proposta do PSD, recusada pelo Governo, de adiar as eleições autárquicas em pelo menos um mês.
Acusa Costa de distorcer as suas palavras sobre apoios sociais
O líder do PSD disse que o secretário-geral do PS distorceu as suas palavras sobre os apoios sociais, frisando que os defende "para quem precisa", sendo necessária "mais fiscalização para evitar quem se aproveite".
"O que eu disse é que, para ter certeza de que é só para quem precisa e ninguém se aproveita [dos apoios sociais], tem de haver fiscalização", frisou Rio, em declarações aos jornalistas no fim de uma ação de campanha no concelho do Nordeste, na ilha de São Miguel, nos Açores, escolhidos para o encerramento da campanha nacional do partido devido à conquista social-democrata sobre o PS nas eleições regionais de 2019.
"Temos de dar aos que precisam. Até podemos dar mais do que damos. Mas a quem precisa. António Costa percebeu o que disse, mas fez o que faz algumas vezes: distorce um pouco o que eu disse para poder argumentar contra mim", insistiu Rio, em resposta a críticas do secretário-geral socialista, que hoje visita também a ilha de São Miguel.
Questionado pela comunicação social, Rio vincou que nada disse "contra os apoios sociais, bem pelo contrário".
"Estamos no século XXI e numa sociedade social-democrata. Mal fora atirar as pessoas pela borda fora e não apoiar?", perguntou.
Rio alertou ter defendido "maior fiscalização desses apoios, por estar a ouvir permanentemente empresários dizerem que não tem mão de obra e que as pessoas não vão trabalhar porque estão a beneficiar de apoio social".
"O apoio social não serve para isso. Serve para dar àqueles que precisam", afirmou.