Fernando Negrão, a aposta de Rui Rui para liderar o Conselho de Jurisdição Nacional do PSD, perdeu para Paulo Colaço, que apresentou pela 10.ª vez uma lista alternativa. O ex-líder parlamentar teve 264 votos, conseguindo eleger três vogais, e Colaço obteve 393 votos, ficando com a presidência deste órgão e ainda quatro vogais. Uma terceira lista, a B, obteve um lugar.
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Paulo Colaço, que se demitiu de vogal do Conselho de Jurisdição Nacional (CJN) do partido, em janeiro de 2019, em desacordo com o presidente da Mesa do Congresso, Paulo Mota Pinto, conseguiu bater a lista encabeçada por Fernando Negrão, que corria em nome da atual liderança de Rui Rio.
Como funciona o método de Hondt para a eleição deste órgão, que funciona como tribunal do partido, apesar de Negrão não ter vencido consegue entrar enquanto vogal - que foi o cargo que Colaço teve durante anos.
Para Colaço, "não se tratou de uma derrota de Rui Rio porque quem perdeu foi Fernando Negrão, que era o verdadeiro candidato". "Ganhei e esta é vitória do trabalho. São 18 anos a fazer listas - esta é a minha décima lista - e as pessoas reconhecem o valor e o profissionalismo. Reconhecem a equidistância com que resolvo sempre tudo. Nem os próprios interesses ponho à frente das decisões. Foi isso que o congresso decidiu", assegurou, ao JN.
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O dirigente, que foi colocado a falar já na madrugada de domingo, quando no Centro Cultural de Viana do Castelo, onde decorre o congresso, estavam poucas mais de 50 pessoas, garantiu, ao JN, que irá ter um CJN "equidistante, célere e rigoroso".
Colaço rejeitou fazer um comentário sobre a derrota de Negrão: "já éramos amigos e vamos continuar a sê-lo".
Fernando Negrão voltou a ser a aposta de Rio na corrida a um órgão do partido, após já o ter sido para a liderança da bancada parlamentar, em 2018. O ex-líder parlamentar sucedeu então a Hugo Soares com o pior resultado desde 2002. Na altura teve 35 votos a favor, 32 deputados deixaram em branco o boletim de votos e 21 foram nulos. Em comparação, Hugo Soares, que é da linha montenegrista, tinha sido eleito em julho de 2017 com 76 votos favoráveis, 12 brancos e um nulo.
* com Ana Peixoto Fernandes