O presidente do PSD, Rui Rio, recusou hoje alterar as regras de pagamento de quotas para "facilitar vigarices" como as que considera que aconteceram no passado, embora admita "aperfeiçoamentos" para militantes com dificuldades em pagar a sua quota.
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Em declarações aos jornalistas no parlamento, o recandidato a líder recusou falar sobre o desejo de pelo menos um dos seus adversários - Miguel Pinto Luz - ser convidado para falar no Conselho Nacional de sexta-feira, em Bragança.
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"Não alimento "fait-divers", essa matéria não tem nada a ver comigo, tem a ver com a mesa do Conselho Nacional", afirmou, remetendo o assunto para Paulo Mota Pinto, que preside a esse órgão, mas que também se tem escusado a fazer declarações sobre o tema.
Já sobre o pagamento de quotas, que alguns apoiantes de outras candidaturas têm dito estar a ser dificultado pelo novo regulamento, Rio foi taxativo.
"Ao longo da minha vida critiquei sempre o que posso considerar as vigarices que aconteceram nas eleições internas: quando há uma, duas ou três pessoas que vão buscar dinheiro não sei aonde e pagam as quotas de 200, 300 ou 300 pessoas. Aqueles que procuram pagar as quotas por atacado isso é para acabar", assegurou.
Reconhecendo que o novo regulamento - que prevê um código pessoal para cada militante gerado aleatoriamente - "tem a sua complexidade", o líder do PSD admitiu "aperfeiçoar o sistema" para "facilitar ao máximo" a vida dos militantes que querem pagar a sua própria quota, o que pode passar por diminuir a quantidade de dados necessários para fazer um novo pedido de código ou o encerramento dos cadernos eleitorais o mais tarde possível.
"Para facilitar a vida aos que querem fazer vigarices, para isso não podem contar comigo. Terão de mudar a direção nacional para que se volte àquilo que foi o espetáculo que o PSD deu nos últimos aos inclusive na minha eleição", afirmou.
Questionado se admite, como defendem apoiantes do seu adversário Luís Montenegro, que possam votar todos os militantes, mesmo sem as quotas pagas, Rio começou por invocar os estatutos, mas admitiu até um cenário de primárias, se tal fosse possível legalmente.
"Aquilo que os regulamentos e estatutos dizem é que para eleger ou ser eleito é preciso ter a quota em dia e diz isso há muitos anos, sempre foi assim", frisou.