Rui Rio considera que BE e PCP sentem-se incomodados com a acusação de Tancos, depois de terem aprovado o relatório da Comissão de Inquérito que "lavou mais branco" a participação do ex-ministro da Defesa, Azeredo Lopes, e do Governo no caso.
Corpo do artigo
O líder do PSD alargou esta sexta-feira o espetro dos ataques que desferiu, na quinta-feira à noite, a António Costa, perante a acusação do Ministério Público ao ex-ministro da Defesa, e disse que BE e PCP também têm uma quota de responsabilidade no facto de a Comissão Parlamentar de Inquérito ao caso de Tancos não ter identificado responsabilidades políticas na encenação da recuperação das armas.
11344197
11343514
"A posição do PS é obviamente incómoda em relação a Tancos, porque [os socialistas] são os primeiros responsáveis. [Já] A posição do BE e do PCP não é nada cómoda, porque aprovaram um relatório, no Parlamento e numa Comissão de Inquérito, que procurou ou procurava lavar mais branco toda esta situação que veio agora à superfície por força da acusação", atirou Rio, no Fundão, na segunda paragem da campanha do PSD desta sexta-feira, que segue depois para a Covilhã e Guarda.
Em reação às declarações de Jerónimo de Sousa, no Fórum TSF desta sexta-feira, que acusou o presidente laranja de "jogada eleitoralista" por exigir explicações a Costa, Rio não deixou de devolver as criticas.
"O líder do PCP tem dificuldade em lidar com isto porque não tem a consciência tranquila relativamente àquilo que os seus deputados fizeram em sede de Inquérito, aprovando um relatório que estava objetivamente longe daquilo que era a verdade que a Comissão de Inquérito deveria apurar", frisou.
Como já indicou na quinta-feira, nas Caldas Rainha, Rio voltou a garantir que o PSD irá pedir "hoje uma reunião da Comissão Parlamentar Permanente", ou no máximo até segunda-feira.
Em reação às acusações de Costa, o líder do PSD admite que o socialista "não tenha ouvido" as suas declarações nas Caldas, quando exigiu saber qual o grau de conhecimento que o primeiro-ministro tinha sobre a encenação da Polícia Judiciária Militar para a recuperação das armas roubadas dos paióis de Tancos e do acordo com os assaltantes em troca daquele material militar.
Rio refutou a interpretação do secretário-geral do PS e defendeu que "o caso de Tancos não é exterior à política". "Numa eleição não olhamos só aos programas e às propostas eleitorais, também olhamos à postura com que as pessoas estão na política", disse sobre Costa.