O presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira, disse esta sexta-feira que em tempos difíceis no país, o Porto nunca deixou de corresponder, embora no fim de cada crise a cidade volte "inevitavelmente" a ser esquecida.
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"Temos o orgulho intacto, por sabermos que, nos tempos difíceis, nos momentos mais críticos, a Pátria apela ao nosso contributo; e nunca deixámos de corresponder, apesar de também sabermos que, no fim de cada crise, o papel do Porto volta, inevitavelmente, a ser esquecido", afirmou o autarca.
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Falando na Cerimónia Comemorativa do Dia de Portugal, Dia de Camões e Dia das Comunidades Portugueses, que decorreu na Sé do Porto, Moreira admitiu que não faltará quem veja no seu discurso "algum bairrismo".
"Mas, muitas queixas que tenhamos e não calamos, nos portuenses temos honra, como poucos ou nenhuns, em sermos portugueses", referiu.
Para o autarca, mesmo quando a crise bateu à porta "o Porto foi sempre o fiel da balança, sem nunca esmorecer" e fez como sempre "das tripas coração".
"Em vez de se queixar, resistiu e empreendeu. Cidade de Pergaminhos, que mais se pode exigir de uma cidade onde, como disse Torga, Garrett pode nascer no calor do seu coração, António Nobre pode morar em paz dentro das suas portas e se mesmo numa das suas cadeias pode ser escrito o Amor de Perdição", salientou.
Agradecendo ao chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, o facto de ter decidido comemorar oficialmente o 10 de Junho no Porto, Moreira destacou a "sorte e a ventura" de Portugal ser um país diferente de muitos outros, permanecendo "uno".
"Um país que, pese embora os desequilíbrios que nem sempre temos sabido compensar ou as rivalidades conseguimos atenuar, Portugal vive bem com a sua geografia, com a sua língua e com a sua cultura", sustentou.
No final da sua intervenção, a única desta cerimónia, os cerca de 400 convidados assistiram a um concerto de órgão "Hino a Portugal", composto pelo cónego António Ferreira dos Santos.