"Somos quase o único país do mundo onde há conflitos entre o Presidente da República e o Governo. Ambos têm que remar para o mesmo lado. A Oposição está no Parlamento", disse aos jornalistas Pedro Santana Lopes, esta noite à entrada para um jantar com militantes em Beja.
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O candidato a presidente do PSD nas diretas de 13 de janeiro, onde conta com a oposição de Rui Rio, justificou que "Portugal não se pode dar a esses luxos", acrescentando que o país tem mais assuntos em que se concentrar, "nomeadamente o Orçamento de Estado, a necessidade do crescimento da economia e da reorganização administrativa".
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Sobre a campanha interna, o antigo primeiro-ministro justificou que por ele "corre muito bem". "Ouço os militantes para perceber todas as sensibilidades", acrescentando que "não trata de questões pessoais ou questiúnculas. Há matérias importantes a tratar e que não leio em entrevistas, de que não vou falar", referindo-se à recente entrevista de Rui Rio ao jornal "Expresso".
Santana Lopes trouxe para a discussão nas diretas do PSD, a lei do financiamento dos partidos e das campanhas e se o mesmo deve ser público ou privado. "Portugal é dos países do mundo onde os cidadãos mais despendem "per capita" com o financiamento dos partidos e das campanhas e é matéria que tem que ser discutida", sustentou.
O ex-provedor da Santa Casa recordou que é um adepto da descentralização de serviços de Lisboa, recordando que quando foi primeiro-ministro deslocalizou "seis secretárias de Estado".
"Se ganhar as legislativas, vou promover essa descentralização", disse Santana, lembrando a deslocalização das secretárias de Estado da Juventude (Braga), Ensino Superior (Aveiro), Cultura (Évora), Administração Local (Coimbra), Agricultura (Golegã) e Turismo (Faro). Santana Lopes lembrou a época e deixou uma promessa: "na altura satirizaram, hoje com as tragédias e a desertificação ninguém se atreve a fazer esse caminho. Temos que ter a coragem de o voltar a trilhar", rematou.
Antes de entrar para a sala onde o aguardavam pouco mais de meia centena de militantes do seu partido, Pedro Santana Lopes lembrou que desde Beja tem sido transmitido um apoio que o "sensibiliza".
"Neste distrito queremos ser mais ambiciosos. Tenho a ambição do PPD/ PSD voltar a ser o maior partido autárquico, o que também passa por Beja", concluiu.