Portugal era, até domingo à noite, um dos quatro países que não tinha qualquer elemento da extrema-direita no Parlamento.
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A chegada do Chega à Assembleia da República deixa Portugal fora do grupo de Malta, Irlanda e Luxemburgo.
O partido liderado por André Ventura conseguiu o número suficiente de votos que permite alcançar representação parlamentar. "O dr. António Costa escusa sequer de me contactar, porque não vale a pena", disse logo após o anúncio oficial de que o partido tinha eleito um deputado.
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"Nós não somos racistas, por não temos nada contra ninguém, não temos nada contra raças ou etnias. Nós queremos é que todos cumpram as mesmas leis que todos temos de cumprir e todas as regras", realçou André Ventura, que ironizou com a identificação que é feita do partido, apontando o dedo à Geringonça. "O único país que estava imune pode agora cair nas garras de extrema-direita", disse, acrescentando que "quando a esquerda venceu em Portugal, uma extrema-esquerda que não cabe na cabeça de ninguém, a Europa se importou em ter uma esquerda miserável no Governo".
Nas legislativas de abril, em Espanha, o Vox foi a quinta força mais votada no país. A chegada destes partidos aos Parlamentos um pouco por toda a Europa é ainda acompanha pelo crescimento do Parlamento Europeu. Nas eleições de maio, reforçaram o número de deputados. Em termos nacionais, governam sozinhos em alguns países como na Polónia, Hungria e República Checa ou em coligação, como na Áustria, Letónia, Eslováquia ou Bulgária, Itália e Finlândia, sendo que nestes dois últimos casos, os executivos já caíram.
Também da Dinamarca, o Partido do Povo Dinamarca presta pontualmente apoio ao partido do Governo e em França, o partido de Marine Le Pen continua a ganhar terreno.
Assim, e nesta nova conjuntura política, apenas Malta, Irlanda e Luxemburgo continuam sem a extrema-direita no Parlamento.