O S.TO.P. vai iniciar a partir de segunda-feira novas ações de luta, "diferentes e criativas" para prolongar a greve por tempo indeterminado, revelou André Pestana. O sindicato apela à CGTP e UGT que convoquem uma greve geral.
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A greve por tempo indeterminado, iniciada a 9 de dezembro, vai prosseguir "apesar dos serviços mínimos", decretados pelo Governo desde 1 de fevereiro, sublinhou, este sábado, André Pestana.
De acordo com o "novo sindicalismo" do S.TO.P., "cada escola irá decidir a melhor forma de continuar a luta", explicou André Pestana, defendendo aos jornalistas a mais valia do "efeito surpresa". "Parar só quando os profissionais o decidirem", insistiu.
No final de um encontro entre "centenas" de representantes de comissões de greve, "de norte a sul do país", em Coimbra, o líder do S.TO.P. lançou um apelo às restantes organizações sindicais, que agendaram a manifestação de dia 11, em Lisboa, para que alarguem o protesto aos não docentes e incluam nas suas reivindicações, as alterações à carreira defendidas pelo S.TO.P para estes profissionais.
É um protesto apenas anunciado para professores e "esse não é o sindicalismo com que nos identificamos", explicou ao JN André Pestana.
"Se os outros sindicatos/ federações docentes querem genuinamente que o S.TO.P garanta uma grande presença na manifestação nacional de 11 de fevereiro apelamos a que" as organizações "reconheçam que a luta pela escola pública ficou mais forte com a unidade na luta entre docentes e não docentes", lê-se no comunicado enviado pelo S.TO.P à Imprensa.
No encontro nacional de comissões sindicais e de comissões de greve foram aprovadas duas propostas "por larga maioria". No âmbito do apelo às restantes organizações sindicais, foi aprovado que "à semelhança do convite que o S.TO.P dirigiu a todos os sindicatos/federações docentes relativamente à manifestação de 17 de dezembro, também o S.TO.P tem de ser formalmente convidado a participar e com direito a intervir no palanque". O sindicato solicita resposta por mail ao apelo e que a resposta seja publicada "nos respetivos sites e Facebook até dia 8 de fevereiro".
"Todos os que trabalham nas escolas merecem saber a verdade com total transparência. Naturalmente se não nos responderem cumprindo explicitamente estas duas exigências, interpretaremos que não estão efetivamente interessados na nossa presença e na presença de todos os profissionais da Educação na manifestação de 11 de fevereiro", lê-se no comunicado.
A segunda proposta aprovada no encontro foi o apelo à CGTP e UGT para que convoquem uma greve geral.
"A CGTP veio publicamente repudiar a imposição de serviços mínimos à greve do S.TO.P e por isso deve agir de forma consequente", lê-se no comunicado.
O S.TO.P classifica os serviços mínimos de "ataque" a "direitos fundamentais". Desta vez desferido contra os profissionais da Educação mas que "amanhã" pode ser cometido contra os que trabalham na Saúde, Transportes "ou qualquer outro setor público".