Administração de 200 mil doses do SNS a partir da terceira semana de novembro. Venda ao público arranca esta segunda-feira e já há centenas de reservas.
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A administração, gratuita, das 200 mil doses de vacinas contra a gripe do contingente do Serviço Nacional de Saúde (SNS) nas farmácias arranca, gradualmente, a partir da terceira semana de novembro.
Mas, este ano, destinam-se a utentes com menos de 65 anos com doenças de risco. A venda ao público, mediante receita, começa amanhã, tendo já chegado uma primeira tranche de um total de 700 mil vacinas adquiridas pelas farmácias.
A alteração é confirmada, ao JN, pela Direção-Geral da Saúde (DGS). Na campanha de vacinação contra a gripe do ano passado, as farmácias apoiaram o SNS na imunização de pessoas com mais de 65 anos. Agora, as 200 mil doses "destinam-se a pessoas com menos de 65 anos, mas com doenças consideradas de risco (com comorbilidades) pela norma da gripe", informa a DGS.
Entre as patologias identificadas na referida norma, encontram-se a doença cardiovascular, insuficiência renal, trissomia 21, diabetes, doença pulmonar obstrutiva crónica, doença neuromuscular ou imunodepressão. Sendo que, nestes casos, carecem de declaração médica, a emitir eletronicamente.
Relativamente à vacinação de crianças, a DGS explica ao JN que, sendo elegíveis, poderão ser imunizadas "nos centros de saúde ou centros de vacinação, mas também nas farmácias, mediante prescrição médica". Precisando que, nas farmácias, "a vacina pode ser administrada a partir dos seis meses" de idade.
Entre os critérios de elegibilidade para gratuitidade, estão as patologias anteriormente identificadas na norma da DGS.
Quando se trate de primeira vacinação contra a gripe sazonal, as crianças até aos oito anos (inclusive) devem, à luz das orientações em vigor, fazer duas doses com um intervalo de, pelo menos, quatro semanas.
Dão vacinas desde 2008
Entretanto, às farmácias chegou já a primeira tranche das 700 mil vacinas adquiridas, tendo a venda início amanhã. São mais 200 mil do que as conseguidas no ano passado pelo setor, com a procura a superar a oferta. Fazendo com que, nesta altura, muitas farmácias tenham listas com centenas de reservas.
Em comunicado, a Associação Nacional de Farmácias reitera "o compromisso de atuar de forma complementar ao esforço público e contribuir para a prevenção da saúde de todos os portugueses". Lembrando que, desde 2008, administram vacinas contra a gripe.
Numa altura em que irão circular SARS-CoV-2 e outros vírus respiratórios, as autoridades de Saúde estão de olhos postos no reforço da imunização dos portugueses. Nunca o país comprou tantas vacinas contra a gripe. São quase três milhões de doses, mais 400 mil do que no ano passado.
O JN solicitou à DGS, por diversas vezes, os resultados da última campanha de vacinação, sem sucesso. De acordo com o Vacinómetro, apesar do reforço do stock de vacinas em 34% pelo SNS, a taxa de cobertura na faixa acima dos 65 anos baixou para os 74,6% (contra 76%, no ano anterior), ligeiramente abaixo da meta de 75% proposta pela Organização Mundial de Saúde. No grupo 60-64 recuou para os 40,9% (contra 43,2%). Já nos portadores de doença crónica subiu para os 74,4% (contra 72%) e nas grávidas mais do que duplicou.
Pormenores
Duas fases - Tal como em anos anteriores, a campanha de vacinação faz-se a dois momentos. A primeira fase, iniciada a 27 de setembro, para, entre outros, residentes em lares, profissionais do SNS e grávidas. Segue-se a segunda fase para os grupos abrangidos pela gratuitidade da vacina, como os maiores de 65 anos.
Convocatória - O agendamento e a convocatória das pessoas abrangidas far-se-á por SMS, telefone ou carta.
Vacinação simultânea - Desde 18 de outubro que estão a ser administradas, em simultâneo, as vacinas contra a covid e a gripe, como medida de adesão à vacinação. De acordo com a Direção-Geral de Saúde, os dados "mostram que existe um perfil de segurança aceitável após a toma de ambas as vacinas".