Sublinhando que o Plano Ferroviário Nacional (PFN) é "um dos elementos mais estruturantes e de futuro no âmbito de uma mobilidade sustentável e na redução de emissões de gases de efeito de estufa que causam as alterações climáticas", a associação ambientalista Zero destaca a "necessidade de prioridades urgentes como a Terceira Travessia sobre o Tejo, exclusivamente ferroviária, como elemento essencial de futuro".
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A Zero pede prioridade para a ligação Lisboa-Madrid e que para a Área Metropolitana do Porto sejam "estudadas soluções que permitam circular entre periferias de forma rápida, cómoda e sustentável". Urgente é ainda promover a "sincronização entre serviços, crucial para reduzir os tempos de espera entre transbordos e melhorar de forma decisiva a atratividade do transporte ferroviário.
Entre os pontos positivos referidos pela organização está a "prevista ligação dos três principais Aeroportos Internacionais à rede de autoestradas ferroviárias, o que é muito importante para conseguir a eliminação dos voos de ligação entre Lisboa, Porto, Madrid e Faro e reduzir o uso de veículos individuais para aceder aos aeroportos, sobretudo se for possível realizar a entrega de bagagens nas principais estações ferroviárias, como acontece em várias cidades da Áustria, Suíça e Alemanha".
Dos "cinco sinais verdes" apontados pela Zero destaca-se ainda "a recuperação dos planos de construção de autoestradas ferroviárias que permitem operar serviços que competem com o transporte aéreo nas ligações até 600 km, ao mesmo tempo que reduzem substancialmente a atratividade do transporte rodoviário de passageiros no médio e longo curso, libertam espaço para a circulação de mercadorias na rede atual e permitem gerar redundâncias na rede, aumentando assim a sua fiabilidade e robustez".
Os "sinais amarelos", que configuram pontos menos positivos do PFN cuja consulta pública termina esta terça-feira, incluem a "falta de uma visão clara que articule o transporte ferroviário com o transporte rodoviário de mercadorias. Um exemplo disso é a inexistência de uma ligação entre Alverca e a nova linha de Loures que ligue o MARL à rede ferroviária nacional ao mesmo tempo que cria uma variante num troço da linha do norte, extremamente congestionado".
A Zero refere também que "falta assinalar que as linhas do Algarve e do Oeste, para além da eletrificação já prevista, deveriam receber melhorias que permitissem aumentar a velocidade comercial das composições".