O novo bastonário da Ordem dos farmacêuticos será eleito no sábado, dia 5 de fevereiro, para o triénio 2022-2024. Há dois candidatos - Franklim Marques e Hélder Mota Filipe. Vão suceder à professora universitária Ana Paula Martins, que esteve seis anos no cargo.
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Franklim Marques foi, durante três mandatos, presidente da Secção Regional do Norte da Ordem dos Farmacêuticos e é professor na Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto. Hélder Mota Filipe, presidente do Infarmed até 2016, é docente na Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa.
Franklim Marques pretende promover uma maior integração dos farmacêuticos nas redes de cuidados primários. Hélder Mota Filipe propõe uma maior aposta em formação contínua. Ambos pretendem que os farmacêuticos tenham acesso a dados clínicos dos doentes e que se crie um Conselho para a juventude na Ordem dos Farmacêuticos.
Hélder Mota Filipe disse ao JN que pretende uma Ordem "mais transparente e independente", "mais e melhor formação contínua" e uma "valorização das carreiras farmacêuticas nas diversas áreas de atividade e não apenas no SNS".
Novas competências
"Daremos uma atenção especial à criação de competências farmacêuticas. As novas competências devem sustentar a proposta de novos serviços farmacêuticos nas diversas áreas de atividade clínica, transformando-se numa mais-valia para o SNS", explica.
O candidato sugere que exista uma "maior intervenção no espaço público e junto dos decisores políticos", por parte da Ordem. Com a pandemia, o ex-presidente do Infarmed, vê uma "oportunidade ímpar" para o "maior envolvimento e reconhecimento dos farmacêuticos" através de um "aprofundamento das atividades prestadas" e "o desenvolvimento de outras que respondam às necessidades de um sistema de saúde frágil e pressionado".
Já Franklim Marques defende que "é fundamental colocar as pessoas e os doentes no centro da nossa atuaç̧ão" assumindo uma atitude "mais assistencial e clínica" para a qual os farmacêuticos estão "mais do que capacitados".
O presidente da secção do Norte propõe a criação de uma "via verde Saúde com ligação direta à rede de cuidados de saúde primários", assim como a criação de um "Conselho para juventude" e de um "Conselho de Competências". Também defende o "acesso aos dados clínicos do doente e registo das intervenções" a que foram sujeitos.
Quanto aos problemas que a profissão atravessa, Franklim Marques aponta os baixos salários dos jovens farmacêuticos e a falta de reconhecimento das carreiras hospitalares "encravado por pormenores legais".
Os farmacêuticos já podem votar por voto eletrónico até dia 3 de fevereiro. O voto presencial estende-se até sábado, dia 5, e o voto por correspondência foi disponibilizado até dia 27 de dezembro.
No país, existem cerca de 16 mil farmacêuticos, a maioria são mulheres, de acordo com a Ordem (dados de 2020). Apenas cerca de 14 mil estão inscritos na Ordem e podem votar.