As bebés Natália e Matilde, que na segunda-feira receberam o tratamento com o medicamento mais caro do mundo, Zolgensma, tiveram alta, esta quarta-feira, depois de almoço.
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As duas meninas que sofrem de Atrofia Muscular Espinhal (AME) tipo 1 encontram-se bem e já estão em casa, apesar de continuarem sob forte vigilância médica. Terão de fazer análises todas as semanas, para acompanhar a evolução da doença.
O tratamento com o Zolgensma foi administrado no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, segunda-feira de manhã, e tudo correu "muitíssimo bem", segundo revelou a equipa médica que está a acompanhar o caso das duas meninas.
No início da semana, a neuropediatra Teresa Moreno realçou, no entanto, que esta terapêutica travará a doença, mas não cura, e que só deverão começar-se a sentir efeitos positivos dentro de um mês.
"As meninas continuarão com a sua vida normal, com ventilação de apoio. É um medicamento recente, baseado em ensaios clínicos com poucos doentes, não há um acompanhamento, o maior até agora é de quatro anos. É previsível que exista algum efeito positivo daqui a um mês. Antes de um mês, não", explicou.
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O caso de Matilde chegou aos meios de comunicação devido à campanha que os pais realizaram nas redes sociais, para angariar dinheiro que lhe permitisse ser tratada com o "medicamento mais caro do mundo", que só estaria disponível nos EUA. No entanto, o Serviço Nacional de Saúde assumiu os custos do procedimento para a menina, bem como para Natália, que também padece da mesma doença.
Os fundos angariados já ajudam outras crianças
Como não foi necessário que os pais comprassem o medicamento nos EUA, os mais de dois milhões de euros angariados através de uma campanha de solidariedade acabaram por não ser utilizados, mas já estão a ser usados para ajudar outras crianças. Numa publicação divulgada no Facebook, os pais de Matilde revelaram que o dinheiro continua na conta, mas que já começaram a contactar outras mães e a ajudá-las.
"Desde dia 7 de julho que iniciámos esta missão de ajudar outros bebés com a mesma doença da nossa Matilde, e quis o destino que ajudássemos também outros bebés e crianças também especiais com diferentes doenças. Ainda aguardamos confirmação para avançar com ajudas a 2 famílias.
E vamos começar a ajudar as crianças com AME Tipo II", explicam.
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