A PSP interrompeu, esta terça-feira ao final do dia, os velórios das duas vítimas de legionela, em Lisboa, e levou os corpos para serem autopsiados.
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Segundo o que o JN apurou, o corpo de Simão Santiago estava há pouco tempo na capela do Mosteiro dos Jerónimos, quando, enquanto a família e elementos da funerária tratavam dos paramentos, surgiram agentes das PSP, que levaram o corpo num saco, causando choque entre os familiares.
A família não percebe como foi possível tal acontecer, já que existe uma certidão de óbito passada por um médico do Hospital dos Lusíadas, onde a vítima se encontrava quando morreu.
Já na Igreja do Santo Condestável, onde se encontrava outra vítima da infeção de legionela, os agentes da PSP disseram que se tratava de um caso de saúde pública, pelo que teriam de levantar o corpo da mulher de 70 anos para que fosse autopsiado.
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A família não autorizou que o corpo fosse levado dentro de um saco para cadáveres e foi contratada uma funerária, para levar o cadáver num caixão até ao Instituto de Medicina Legal.
Esta quarta-feira de manhã, o ministro da Saúde, Adalberto Marques Fernandes, lamentou o "incómodo e perturbação" causado à família da vítima e lembrou que "é fundamental que o Ministério Público cumpra o seu trabalho e compreenda o que falhou ou correu mal".
Ministério Público não recebeu declarações de óbito
O Ministério Público disse que não recebeu "qualquer declaração de óbito" das duas vítimas, que "são essenciais" para a investigação.
"O Ministério Público decidiu, esta terça-feira e por iniciativa própria, face às notícias vindas a público sobre surto de legionela e suas consequências, instaurar um inquérito. Tendo sido noticiadas mortes, entendeu-se, desde logo, que a realização de autópsia e de perícias médico-legais eram essenciais para a investigação em curso", refere a Procuradoria-Geral da República num comunicado enviado à agência Lusa.
O Ministério Público explica que, não tendo recebido "qualquer comunicação de óbito relacionada com esta matéria", teve necessidade de recolher elementos que "permitissem identificar as vítimas, bem como as circunstâncias que rodearam as mortes, designadamente o local onde ocorreram".
"Uma vez obtidos esses elementos, o Ministério Público foi, igualmente, informado de que os corpos já haviam sido entregues às famílias", explica a nota.