Eduardo Vítor Rodrigues, presidente da Câmara de Gaia e atual vice-presidente da Federação Distrital do Porto, prepara-se para suceder a Manuel Pizarro e candidata-se à liderança do PS/Porto. Pizarro sai de cena, após seis anos e meio enquanto presidente da Distrital socialista, por entender que as funções de ministro de Saúde "não são conciliáveis" com as responsabilidades políticas na maior federação do PS.
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A candidatura do autarca gaiense à Distrital do Porto é formalizada hoje, depois de ter reunido o "consenso" e a "solidariedade" dos seus pares na federação e ter o "conforto" da concordância do secretário-geral do partido António Costa. Eduardo Vítor Rodrigues confirmou, ao JN, a decisão de avançar para a liderança do PS/Porto e só o fará, porque Manuel Pizarro quer sair.
"Faria sentido manter-se, mas tomou uma opção diferente. A minha candidatura é de continuidade", sustenta, na certeza de que um dos principais objetivos será reforçar o legado "invejável" de Pizarro, aumentando, se possível, a representatividade do PS nas autarquias do distrito do Porto.
Embora indique que, caso seja eleito, o mandato será para dois anos e terminará antes do momento das escolhas para as próximas eleições autárquicas, o socialista não esconde que é preciso "começar a preparar o caminho, desde já", defendendo a região e dando visibilidade às suas reivindicações. "Eu acredito que as câmaras do Porto, da Maia e da Póvoa de Varzim são passíveis de serem conquistadas pelo PS", argumenta Eduardo Vítor Rodrigues, que apresentará, publicamente, a sua candidatura na próxima semana, numa cerimónia na Fundação Engenheiro António de Almeida.
Desafio complexo
Certo de que há trabalho a fazer noutros domínios, o Eduardo Vítor elege, também, como causas a necessidade de envolvimento dos jovens na vida política e o problema da escassez da água, que afeta todo o país. As eleições para a presidência do PS/Porto decorrerão no segundo fim de semana de novembro. Seguir-se-á um congresso distrital para a escolha da equipa, que integrará a federação.
Manuel Pizarro enviou uma carta de despedida a todos os militantes do distrito, na qual reconhece que ser ministro da Saúde é "o mais exigente e complexo desafio profissional e político" que abraçou, mas garante que não deixará de ser um "militante ativo".