65 dias depois, os médicos que Diana denunciou à PJ foram suspensos
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A Ordem dos Médicos suspendeu, nesta quarta-feira, os dois cirurgiões do Hospital de Faro que tinham sido acusados por uma jovem médica de más práticas clínicas. A história remonta a abril, tem uma médica interna como personagem principal, envolve queixas a entidades várias, publicações nas redes sociais, informação privada difundida por WhatsApp.
Diana de Carvalho Pereira, à data médica interna no serviço de cirurgia do Hospital de Faro, denunciou em abril erros e negligência naquela unidade hospitalar. Depois de ter apresentado queixa na PJ, a jovem clínica expôs os casos nas redes sociais, falando em 11 situações de negligência, três das quais terão mesmo resultado na morte de doentes.
"Dos onze doentes: três morreram, dois estão internados nos cuidados intermédios, os restantes tiveram lesão corporal associada a erro médico, que variam desde a castração acidental, perda de rins ou necessidade de colostomia para o resto da vida. Um dos doentes esteve uma semana com compressas no abdómen", contou então.
O caso suscitou uma série de reações em cadeia: o Ministério Público abriu uma investigação, a clínica foi suspensa por alegada "perda de confiança", o Conselho de Administração do Centro Hospitalar Universitário do Algarve jurou que não teve conhecimento de nenhum dos casos denunciados, um dos principais visados negou tudo e prometeu retaliar em tribunal.
Pelo meio, um dos diretores do serviço de cirurgia do Hospital de Faro partilhou, num grupo privado do WhatsApp, informação pessoal e clínica da médica interna. Foi até criado um crowdfunding para financiar a sua defesa em tribunal. Agora, 65 dias depois de Diana ter apresentado queixa à PJ, os visados foram, por fim, suspensos. "Por haver fortes indícios de má prática", admite a Ordem dos Médicos. Nesta quarta-feira, ficámos ainda a saber que o Ministério Pública ouvirá os clínicos suspensos na próxima semana.
Mas há outros temas a marcar o dia. Como a cirurgia a que o Papa Francisco foi submetido e a sombra que paira em relação à presença do Sumo Pontífice na Jornada Mundial da Juventude, que decorrerá em Lisboa, de 1 a 6 de agosto. Enquanto isso, vale a pena recordar o seu complexo histórico médico.
Destaque também para a decisão do Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa de obrigar o vice-presidente do Chega, Nuno Pontes, a apresentar-se na esquadra todas as semanas. Saiba aqui porquê.
Nota ainda para a venda da Efacec a uma empresa alemã, para esta história que envolve polícias italianos e uma suspeita de torturar migrantes e para o alerta da Proteção Civil para o risco de cheias.
A fechar, a notícia que marca a atualidade desportiva: afinal, Messi não vai voltar a "casa" - ao Barcelona, bem entendido -, nem vai fazer companhia a Ronaldo nas Arábias. Segue direto para os EUA, com o apoio da Apple e da Adidas. Mais um para o clube das reformas douradas, portanto. Alguém o pode julgar?
Boa noite e boas leituras.